Governo do DF e futuros ministros avaliam 'retirada temporária' de manifestantes do QG do Exército
A desocupação será ponderada caso os manifestantes não dispersem naturalmente até o dia da posse, 1º de janeiro
Brasília|Camila Costa, do R7, e Yuri Achcar, da Record TV
Os futuros ministros da Justiça e Segurança Pública e da Defesa, Flávio Dino e José Múcio, respectivamente, afirmaram nesta terça-feira (27) que as manifestações em frente ao QG do Exército devem se dispersar naturalmente até o dia da posse, 1º de janeiro. Do contrário, segundo o governador do DF, Ibaneis Rocha, será avaliada uma "retirada temporária".
As declarações foram feitas após uma reunião entre Dino e Múcio com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), para tratar da segurança na cerimônia de posse de Lula.
Segundo o governador Ibaneis Rocha, existe aumento do número de manifestantes nos fins de semana. Por isso, ele acredita que o movimento deve se intensificar até o dia 1º, mas, segundo o governador do DF, já foi alinhado com as forças de segurança do DF “acelerar a desmobilização”. “Esperamos que ocorra em ambiente de tranquilidade. Várias pessoas já tiraram suas barracas, mais de 40 já saíram. Então, esperamos que seja de forma natural”, afirmou.
Ataque extremista
A preocupação existe por causa da prisão do empresário bolsonarista George Washington, que confessou ter armado uma bomba em um caminhão-tanque perto do aeroporto de Brasília, no último sábado (24). "Pequenos grupos terroristas e extremistas não vão emparedar a democracia, e todos os que vierem para a posse virão e irão embora em paz e em segurança", afirmou Flávio Dino.
Para o futuro ministro da Defesa, José Múcio, os movimentos nos quartéis têm sido pacíficos. No entanto, esse tipo de episódio lança um alerta. “Estamos lidando com terroristas. Estamos monitorando diariamente os acampamentos. Lá é absolutamente pacífico, mas nossa preocupação é com movimentos como o de sábado. Acreditamos que esse movimento terrorista seja isolado, talvez mais um, dois, mas estamos preparados para garantir a segurança”, garantiu Múcio.
Esquema de segurança
Os futuros ministros asseguraram ainda que não haverá “um vazio” no esquema de segurança para a posse. Com isso, o roteiro da cerimônia será mantido.
Segundo Flávio Dino, todos estarão mobilizados desde as primeiras horas do dia 1º para garantir a segurança da população durante o evento. “Temos uma situação constitucional, referente aos atos administrativos, de que o mandato presidencial começa em 1º de janeiro. Isso significa que o mandato do atual chefe de estado se esvai. Nós [Flávio Dino e José Múcio] e outros ministros estaremos, nesse caso específico, em razão da posse, mobilizados desde as primeira horas. Não haverá um período, na área de defesa, que terá um vazio, no sentido de ter acabado um governo e o outro ser empossado só às 16h. Estaremos juntos desde as primeiras horas para acompanhar os efetivos”, afirmou Dino.