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Governo federal faz ação em rodovias para combater feminicídio

BRs receberão placas com orientações para que a população denuncie casos de violência contra a mulher

Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília

70% das vítimas de feminicídio no Brasil não denunciaram os agressores
70% das vítimas de feminicídio no Brasil não denunciaram os agressores 70% das vítimas de feminicídio no Brasil não denunciaram os agressores

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos vai instalar painéis em todas as rodovias federais do Brasil alertando a população para denunciar casos de violência contra a mulher. A ação faz parte do movimento batizado pela ONU (Organização das Nações Unidas) de "16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres". No Brasil, a campanha vai ter 21 dias — começou no último sábado (20) e segue até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Os ministérios da Cidadania e da Infraestrutura são parceiros na ação.

Os painéis nas rodovias mostrarão a frase “Em briga de marido e mulher a gente salva uma mulher”. As propagandas orientarão as vítimas de violência e, também, os parentes e vizinhos, para que, ao tomarem conhecimento de casos de violência contra a mulher, acionem o número 180.

“Muitas mulheres não sabem a diferença entre o 180 e o 190. Se for emergência, a pessoa tem que ligar no 190. Se não for, é o 180, um canal de denúncia à disposição 24 horas por dia, e pelo WhatsApp”, afirmou a secretária nacional de Políticas para Mulheres, Cristiane Britto.

De julho de 2020 até novembro de 2021, o 180 recebeu mais de 97,4 mil denúncias de violência doméstica contra a mulher. “A central funciona 24 horas. São atendentes mulheres capacitadas. Não é um robô que vai retornar, e ela [a vítima] vai receber amparo. Às vezes ela tem dúvida se está no ciclo da violência. E a atendente avisa que é violência e encaminha para o órgão competente, de acordo com o endereço”, explicou.

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Cristiane Britto destacou que a intenção da campanha é disseminar informação sobre o ciclo da violência para que mulheres entendam os sinais e possam interromper um relacionamento abusivo antes que ocorra um feminicídio. Ela pediu às vítimas que não se calem. “Às vezes são agressões verbais ou empurrões, e [essa situação] vai evoluindo. E, quando começa a se repetir mais vezes, é um sinal grande de alerta. E [é preciso] dizer isso para toda a sociedade: qualquer terceiro pode denunciar e o anonimato é garantido”, ressaltou.

Inauguração e estratégia

O primeiro painel será inaugurado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), nesta terça-feira (23), com a presença da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Damares destacou que o Brasil é o país que mais mata mulheres no mundo.

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“A violência contra a mulher é um problema social grave, que por muitos anos foi naturalizado. O Brasil, infelizmente, figura na lista dos países que mais matam mulheres no mundo, é o quinto no ranking mundial. Para evitar essas tragédias, a sociedade precisa denunciar e, dessa forma, acionar a rede de atendimento”, destacou.

Segundo a ministra, 70% das vítimas de feminicídio no Brasil não denunciaram os agressores. Cristiane Britto destacou que o governo federal vai trabalhar na unificação dos dados de agressão contra a mulher e feminicídio em todo o país.

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Projeto em Minas Gerais

A secretária inaugurou, em Belo Horizonte, nesta segunda (22), uma central de monitoramento de denúncias em ação conjunta com o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, o Ministério Público mineiro e a Polícia Militar.

Minas Gerais foi escolhido por conta do tamanho. O trabalho acompanhará os 853 municípios. Depois, a ação será difundida em outros estados. “Os dados das denúncias vão ser compartilhados. Se o juiz expediu medida protetiva, a polícia vai saber na hora e prender o agressor em flagrante. Vai ajudar a evitar a prescrição. E a gente, como executivo, constrói política pública de forma efetiva”, disse.

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