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Lula se reúne com Lira em meio à crise entre governo e Legislativo

Encontro ocorreu nesse domingo (21), no Alvorada; presidente deve receber Pacheco nesta segunda (22)

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7 em Brasília, e Renata Varandas, da RECORD

Reunião não foi registrada na agenda de Lula (Ricardo Stuckert/Presidência da República - 30.5.2024)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para tratar da relação entre Executivo e Legislativo. O encontro, que ocorreu nesse domingo (21), no Palácio da Alvorada, se deu em meio à tensão entre o Congresso e o governo, que tem Lira como um dos pivôs. A previsão é de que Lula receba o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na noite desta segunda-feira (22). A RECORD confirmou o encontro entre Lira e o petista, embora a reunião não tenha sido incluída na agenda oficial de Lula.

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A expectativa é de que Lula tenha tratado das chamadas “pautas-bombas” e dos vetos presidenciais que devem ser votados na próxima sessão do Congresso, na próxima quarta-feira (24), em um horário posterior ao habitual, para facilitar o acordo que está sendo negociado no Congresso. O governo coordena com as lideranças quais vetos têm consenso, a fim de agilizar a votação. Os temas também devem ser discutidos no encontro com Pacheco.

Outro assunto que tem o interesse de Lula é a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do quinquênio, que cria um novo benefício salarial para juízes, magistrados, promotores e defensores a cada cinco anos de serviço público. A matéria foi aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado na semana passada e deve entrar na pauta do plenário nesta semana.

Os vetos presidenciais também devem receber atenção. São 32 itens que aguardam a avaliação dos parlamentares, entre eles, o veto na LOA (Lei Orçamentária Anual), que barrou R$ 5,6 bilhões a mais em emendas parlamentares. O governo demonstrou disposição para flexibilizar parte desse veto, destinando cerca de R$ 3,6 bilhões para atender às reivindicações do Congresso.

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Outros vetos previstos para entrar na pauta do Congresso incluem o projeto de lei sobre as saídas temporárias dos presídios, barrado pelo presidente Lula, e o veto do governo Bolsonaro que impediu o despacho gratuito de bagagens em viagens aéreas.

Clima de tensão

O encontro entre o presidente Lula e os chefes do Legislativo ocorre em um momento de tensão entre o Congresso e a articulação do governo. No início deste mês, Lira e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se confrontaram publicamente e trocaram farpas, em meio a um crescente acúmulo de desgaste desde o ano passado.

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Lira afirmou que Padilha é um “desafeto pessoal” e o chamou de “incompetente”. Padilha rebateu as críticas e disse que não iria “descer ao nível” das acusações do presidente da Câmara. Dias depois, Lula elogiou o trabalho do ministro, responsável pela articulação política do Executivo com o Congresso Nacional, e afirmou que Padilha permanece no cargo “só de teimosia”.

“Quero agradecer o companheiro Padilha, que está em um cargo que parece ser o melhor do mundo nos primeiros seis meses e depois começa a ser um cargo muito difícil. É como um casamento, nos primeiros seis meses é tudo maravilhoso, não sabe os defeitos da companheira, porque a gente está se conhecendo. Mas aí chega um momento que começa a cobrar. Padilha está na fase da cobrança. É o tipo de ministério que a gente troca a cada seis meses, para que o novo faça novas promessas. Mas, só de teimosia, Padilha vai ficar muito tempo, porque não tem ninguém melhor preparado para lidar com a diversidade do Congresso. A gente deixa de ser unanimidade quando a gente começa a ter divergências, mas a vida é assim. Quero dizer do meu reconhecimento pelo trabalho que você faz, que é muito difícil”, declarou o presidente.


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