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Secretários recebem documento com sugestões para melhorar o transporte público

A possibilidade de cobrar taxa de congestionamento em áreas mais movimentadas das cidades está entre as propostas

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Pessoas esperam transporte público em São Paulo
Pessoas esperam transporte público em São Paulo Pessoas esperam transporte público em São Paulo

Mais de 80 secretários de Mobilidade Urbana receberam nesta quarta-feira (10) um documento em que entidades ligadas ao transporte coletivo sugerem, entre outras coisas, a cobrança de taxa de congestionamento em zonas centrais da cidade. Essa seria uma alternativa para financiar o transporte público.

A carta também é dirigida aos candidatos aos cargos do poder Executivo e Legislativo nas Eleições de 2022 e foi entregue no evento LatBus, em São Paulo, que reúne especialistas em torno do debate sobre a eficiência do transporte coletivo.

Além de cobrar mais caro para circular em áreas em que o movimento de carros é mais intenso, as entidades também sugerem outras fontes extratarifárias, como uma a taxação dos serviços de transporte por aplicativo; exploração de estacionamentos rotativos ou de estacionamentos em vias públicas; destinação de parte dos recursos das multas pelo transporte irregular de passageiros para custear o transporte coletivo; e a criação de uma Contribuição do Transporte Público Urbano, semelhante à Contribuição de Iluminação Pública.

O presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) de Goiânia, Tarcísio Abreu, defendeu o debate sobre fontes extratarifárias para o financiamento do transporte coletivo. "Hoje, nós financiamos praticamente todo esse transporte com orçamento realmente da Prefeitura, mas eu acho que a qualidade do serviço tende a melhorar quando a gente começa a buscar serviços complementares que podem agregar valor ao transporte e assim buscar o financiamento, como a implementação da Área Azul e a questão dos estacionamentos", opinou.

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Atualmente, o valor cobrado para estacionar na Área Azul em Goiânia varia entre R$ 1,50 na primeira hora e R$ 2,50 na segunda hora. São 3.600 no Centro da capital goiana e no Setor Campinas, na zona oeste da cidade. Parte desse recurso é destinado ao transporte coletivo.

Leia também: Pacheco defende transporte escolar subsidiado com recursos do Fundeb

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A criação de condições além da parceria com os governos vai ajudar a garantir a qualidade do transporte público nos municípios. É o que acredita o secretário de mobilidade da capital de Goiás, Horácio Mello. "Só assim, com a integração de todos os atores, podemos melhorar a qualidade do transporte coletivo", disse.

A proposição de um Marco Legal do Transporte Público, que está em discussão no Congresso, também foi citada como um caminho necessário para o setor. "Os municípios estão trabalhando de forma ampla nisso, mas é necessário que se encontre novas formas de financiamento e que o govero federal participe mais ativamente dos debates sobre um tema que é permanente, como acontece na educação e na saúde, não dá para escapar disso", comentou Adão de Castro Júnior, secretário de Mobilidade Urbana de Porto Alegre.

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Segundo a Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), em mais de 90% dos municípios o transporte público é financiado somente pela tarifa paga pelo passageiro. "A pandemia trouxe à luz a impossibilidade de pagar o transporte apenas com a receita do passageiro. Esse modelo está esgotado, e faz parte do marco rever esse conceito", disse Luiz Carlos Néspoli, superintendente da associação.

"São propostas viáveis e efetivas para o Executivo e o Legislativo, que podem ser implantadas durante os mandatos dos futuros eleitos", arrematou Alexandre Resente, presidente da ANTP.

Rodrigo Pacheco

Na terça-feira (9), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu o subsídio às empresas de transporte público como uma maneira de "cumprir um direito social" e cobrou a observação de medidas para equilibrar os contrados. Em outro momento, Pacheco também disse que é "absolutamente honesto" que o governo pense em maneiras de usar recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb) para financiar o transporte de estudantes.

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, participa de evento sobre transporte público
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, participa de evento sobre transporte público Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, participa de evento sobre transporte público

"Pensando no cumprimento de mínimos relativos à educação, é muito importante que se possa pensar, sobretudo nas médias e grandes cidades, no transporte de estudantes subsidiado com recursos do Fundeb. É uma lógica absolutamente honesta de pensar porque é muito importante garantir a gratuidade do transporte e a passagem pela metade, mas, obviamente, criando mecanismos para isso", destacou Pacheco.

Em julho, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que, entre outros pontos, prevê a destinação de R$ 2,5 bilhões para o financiamento da gratuidade de transporte público urbano em 2022. No entanto, organizações do setor de transportes públicos alegam que não é o suficiente para custear o benefício.

O ônibus é o principal meio de locomoção de 85,7% das pessoas que usam transporte coletivo no Brasil. Os outros 14,3% utilizam metrô, vans e fretados. Os carros são utilizados por 26% da população e as motos por 4%. Já a bicicleta é o principal meio de transporte de apenas 3% dos brasileiros e 39% andam a pé.

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