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'Somos exatamente iguais', diz Bolsonaro ao receber Medalha do Mérito Indigenista

Presidente, que é alvo de críticas de indígenas, participou de cerimônia no Ministério da Justiça nesta sexta-feira (18)

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Em cerimônia realizada no Ministério da Justiça e Segurança Pública nesta sexta-feira (18), o presidente Jair Bolsonaro recebeu, usando um cocar, a Medalha do Mérito Indigenista. A condecoração foi publicada na quarta-feira (16) no DOU (Diário Oficial da União).

"É um evento ímpar. Me sinto muito feliz com este cocar, graciosamente ofertado. Somos exatamente iguais", afirmou Bolsonaro. "O orgulho de ocupar essa posição, de ter ao meu lado o atual ministro da Justiça e o presidente da Funai, comprometidos em cada vez mais nos transformarmos em iguais, isso não tem preço", completou.

No discurso, o chefe do Executivo disse que os indígenas estão cada vez mais integrados à sociedade e argumentou que o governo federal busca "levar felicidade a vocês [indígenas]".

A cerimônia não consta na agenda oficial de Bolsonaro, que embarcará no início da tarde para Rio Branco, capital do Acre. O presidente participará de uma solenidade de regularização de assentamentos e de uma reunião com lideranças religiosas no estado do Norte.

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O ministro Anderson Torres participou do evento. Segundo a pasta, a medalha, criada em outubro de 1972, é um "reconhecimento pelos serviços relevantes em caráter altruístico, relacionados com o bem-estar, a proteção e a defesa das comunidades indígenas".

Também receberam a homenagem os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Braga Netto (Defesa), Anderson Torres (Justiça), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência da República), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), João Roma (Cidadania), Marcelo Queiroga (Saúde) e Bruno Bianco (AGU).

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Desde a campanha presidencial, Bolsonaro tem uma relação conflituosa com os povos indígenas. Na época em que era candidato, em 2018, ele afirmou que não demarcaria nenhuma terra indígena em seu eventual governo e até hoje tem cumprido a promessa.

Na semana passada, o presidente voltou a defender a exploração de minério em reservas indígenas e afirmou que os índios “praticamente já são quase como nós”. O tema preocupa ambientalistas e lideranças dos povos originários, que consideram a mineração uma ameaça.

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Terras indígenas demarcadas pertencem à União, mas são destinadas ao usufruto exclusivo desses povos e não podem ser arrendadas. Apesar da dinâmica, Bolsonaro defende a ideia de que os títulos das terras devem ser entregues às comunidades para que elas possam negociá-las se quiserem.

Segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), o Brasil tem 727 terras indígenas em diferentes fases do procedimento demarcatório. Dessas, 487 estão homologadas e reservadas e 74 estão declaradas pelo Ministério da Justiça e aguardam assinatura de Bolsonaro.

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