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STF começa a julgar validade de restrições para esterilização voluntária feminina

Ação pede que seja declarada inconstitucionalidade parcial quanto à exigência de idade mínima de 25 anos ou existência de dois filhos

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em BrasíliaOpens in new window

STF analisa pauta de maio (Gustavo Moreno/SCO/STF - 21.03.2024)

O plenário do Supremo Tribunal Federal começou a julgar nesta quarta-feira (17) uma ação que questiona trechos da Lei de Planejamento Familiar que estabelecem restrições para a realização de esterilização voluntária por mulheres. Os ministros analisaram uma ação apresentada pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro). Na sessão desta quarta, representantes de entidades apresentaram fundamentos sobre o tema aos ministros. Será marcada uma nova data para o julgamento com os votos dos ministros.

A ação pede que seja declarada inconstitucionalidade parcial quanto à exigência de idade superior a 25 anos ou existência de dois filhos vivos para a realização da esterilização cirúrgica. O PSB argumenta na ação que “essas exigências afrontam direitos fundamentais, contrariam tratados internacionais firmados pelo Brasil, além de divergir dos principais ordenamentos jurídicos estrangeiros”.

O processo cita pesquisa realizada em seis capitais brasileiras (Palmas, Recife, Cuiabá, Belo Horizonte, São Paulo e Curitiba), que acompanhou homens e mulheres que buscavam a esterilização cirúrgica junto ao SUS, e verificou que após um período de cerca de seis meses, apenas 25,8% das mulheres e 31% dos homens que demandaram a cirurgia haviam obtido sucesso. O partido destaca ainda o fato de que 8% das mulheres engravidaram durante o período de espera pela esterilização.

“Não restam dúvidas de que os dispositivos excessivamente restritivos trazidos pela Lei 9.263/96 vêm prestando um verdadeiro desserviço à implementação de políticas públicas efetivas no âmbito do planejamento familiar”, disse o PSB na ação, ao destacar que “a urgência da questão torna-se patente quando se leva em conta que a demanda reprimida por meios que viabilizem o planejamento familiar influencia diretamente no incremento da ocorrência de gestações indesejadas e em todas as nefastas consequências daí advindas”.

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