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Com a força do empreendedor, empresários conciliam vida pessoal com negócios

A jornada empreendedora é um caminho de etapas para alguns empreendedores de Campo Grande. De início como Microempreendedor Individual (MEI) a crescimento da empresa para Simples Nacional, o inegável é o envolvimento do núcleo familiar de alguns empresários nos estabelecimentos, assim como o jogo de cintura para conciliar a dupla jornada ser dono do próprio […] O post Com a força do empreendedor, empresários conciliam vida pessoal com negócios apareceu primeiro em Diário Digital.

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A jornada empreendedora é um caminho de etapas para alguns empreendedores de Campo Grande. De início como Microempreendedor Individual (MEI) a crescimento da empresa para Simples Nacional, o inegável é o envolvimento do núcleo familiar de alguns empresários nos estabelecimentos, assim como o jogo de cintura para conciliar a dupla jornada ser dono do próprio negócio e gerenciar as áreas pessoais da vida.

Ângela Queiroz, de 46 anos, por exemplo, há mais de 10 anos trabalha no ramo do empreendedorismo. Ela é proprietária da Líder Uniformes na região central de Campo Grande. Mãe solo e empreendedora Ângela "se vira" como pode para dar conta de casa, filhos e do próprio negócio.

A empreendedora trabalha sozinha e confecciona inúmeros modelos de uniformes, roupas e acessórios. "Quando casada já trabalhava no ramo da confecção, me separei e fiquei com dois filhos menores e com muita vontade de dar a volta por cima com o meu trabalho", enfatizou.

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Ângela é MEI e trabalha de casa. Atende clientes e confecciona as peças. Seu dia-a-dia é agitado, pela manhã leva o filho adolescente à escola e cuida da filha mais nova enquanto atende clientes pessoalmente e via celular. No período da tarde deixa a filha na escola e parte para confecção das peças.

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Leandro Botelho, proprietário da Seu Botelho Barbearia, é engenheiro civil por formação, porém encontrou no empreendedorismo uma oportunidade para deixar o desespero financeiro. Em 2016, desempregado e recém casado, surgiu a ideia de montar o próprio negócio. E que ideia: descobriu-se como empreendedor nato. 

Foi um colega que o convidou para abrir a barbearia. O empreendimento foi dando certo e evoluindo. O destino separou Leandro e o sócio, porém a sede de querer mais o impulsionou a continuar sozinho na barbearia. 

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Quem vê o brechó de roupas infantis Mamãe Quati com sua segunda unidade inaugurada na Rua Antônio Maria Coelho não imagina que o empreendimento iniciou para que a mãe de três filhos fizesse uma “grana extra” com venda de itens que já tinha na própria casa.

No caso de Pauline Maria Avesani Greco, idealizadora e proprietária, a visão empreendedora veio dos desapegos das roupas usadas pelos três filhos. O negócio começou simples há cinco anos, no meio digital, enquanto ainda trabalhava em cargo público. “Aí foi tomando uma proporção bem maior”, conta.

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O espaço, que antes vendia apenas as roupas dos próprios filhos, ganhou peças de vestimentas de outras crianças quando amigas abordavam Pauline para oferecer “uma malinha” dos filhos dela, relembra com carinho. “Quando eu fui ver, tinha bastante peça, então resolvi empreender em um espaço físico onde as mamães pudessem ver as peças com calma e escolher. Ver o tecido, pegar, medir”, conta. 

O ‘feeling’ empreendedor para criar a Mamãe Quati ficou em “amadurecimento” por seis meses. Depois de muita pesquisa de mercado e navegação pelas redes sociais, em grupos de WhatsApp e até Marketplace do Facebook, observou que a Capital sul-mato-grossense ainda não possuía um espaço físico de venda exclusiva de desapegos infantis.

“Eu resolvi começar sempre com os pés no chão. Aluguei uma pequena sala num espaço de beleza no Vilas Boas onde já passavam mães por ali, com uma única arara daquelas móveis e as roupinhas dos meus filhos. Ali o ‘boca-a-boca’ começou e aí foi crescendo”, explica Pauline.

Hoje em dia, o brechó de roupas infantis possui, inclusive, curadoria de peças nas duas unidades, onde as vestimentas passam por inspeção minuciosa, para apurar o estado físico, que, para ser vendida no Mamãe Quati, deve estar acima de ótimo, e ajustar detalhes que faltam. “Caso tenha algum botão faltando a gente prega, alguma avaria, nós arrumamos”, reforça. 

Empreendedorismo

A pesquisa prévia às vendas digitais também foi importante para que o brechó tomasse a proporção de atualmente. Para “estar sempre em estado regular”, a empreendedora encontrou no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) a confiança para iniciar a jornada empreendedora e buscar a certificação de MEI. 

Inclusive, foi justamente com benefícios como MEI cedidos pelo Sebrae que Pauline fez cursos, como venda digital, montagem de negócios, vendas e em mais áreas, que aprofundamento na jornada de empreendedora iniciou. “Hoje em dia eu não utilizo tanto o benefício por conta de tempo, mas eles investem demais no intelecto. O Sebrae entrega. No começo foi de suma importância”, destaca.

O investimento no Microempreendedorismo Individual colocou os pés nos chãos de alguns. Após muito trabalho, Leandro se tornou MEI e atualmente vive somente da barbearia, sem pretensão de voltar para a área de formação. Descobriu que o trabalho era ainda mais sério quando pegou a certificação nas mãos.

Ângela também encontrou na certificação o incentivo que faltava. Agora MEI, contou com ajuda do Sebrae/MS e agregou dicas de empreendedorismo e de como suprir as necessidades dos clientes e vendas. "O Sebrae possui uma amplo material com conteúdos e consultores que auxiliam o pequeno empresário que trabalha em casa", explicou.

Não é à toa que a economista do Instituto de Pesquisa da Federação do Comércio do Estado do Mato Grosso do Sul (Fecomércio-MS), Regiane Oliveira Dedé aponta que a melhor opção para iniciar a jornada empreendedora é como Microempreendedor Individual. 

“O empreendedor que já possui o seu trabalho na informalidade, é importante que ele se torne MEI, pois estará formalizando o seu negócio”, informa. Explica, ainda, que o trabalhador na condição de MEI está resguardado pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). 

Dentre as vantagens do Microempreendedorismo Individual estão também a tributação simplificada, cuja isenta do pagamento de Imposto de Renda Jurídica, PIS, Cofins, IPI e CSLL e recolhe mensalmente apenas três tributos: ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias), INSS e ISS (Imposto Sobre Serviços), além de facilitar o acesso a linhas de crédito com juros reduzidos.

Pandemia

“Ficamos fechados por 10 dias consecutivos, trabalhamos só com vendas on-line. Foi nesse período que todas as nossas funcionárias, inclusive eu, passaram por um treinamento de venda por WhatsApp para dar o melhor atendimento às nossas clientes e conter os danos que possivelmente poderiam vir com o fechamento do espaço físico”, relembra Pauline.

Com olhar positivo, Pauline acredita que o contato digital foi aprimorado na pandemia e hoje é responsável por grande parte dos atendimentos. “Cerca de 15 a 20 clientes procuram a Mamãe Quati via WhatsApp. Temos quatro aparelhos celulares e quatro vendedoras específicas de venda on-line”,explica.

Durante esse período, tanto a proprietária da Mamãe Quati, quanto a da Líder Uniformes e do Seu Botelho Barberia reforçaram as visitas de profissionais do Sebrae nos espaços em que eles trabalham, especialmente para reforçar os cuidados com a proteção individual e coletiva que foi necessária para conter a disseminação da Covid-19.

“Eles instruíram sobre os funcionários estarem de máscara, não estar servindo muita comida para a pessoa não ficar tirando [a máscara], aquela questão de limpar os pés no tapete com água sanitária. Teve vários caminhos que eles nos trouxeram para conduzir esse atendimento”, explica Pauline Maria Avesani Greco. “E eu nem fui até lá, eles tiveram a preocupação de vir até a loja”, reforça.

Quando a pandemia se instalou em Campo Grande, Leandro contou que as contas não param de chegar e os fornecedores precisavam ser pagos, a barbearia precisou ser fechada por 20 dias por conta do lockdown. O retorno foi gradativo e perdeu alguns clientes, como crianças pelo fato de as escolas terem parado, além de idosos, por serem do grupo de risco.

Por conta da contaminação da Covid-19, algumas etapas precisaram ser adaptadas. Clientes precisaram começar a agendar os cortes para ter aglomeração, além do uso de máscara sempre e higienização. O empresário contou que, assim como Pauline, também recebeu visita de um profissional do Sebrae para instruções neste período.

"Agora na retomada a barbearia ganhou mais clientes, chegando a atender 150 por semana", relembra. Para a Líder Uniformes, as encomendas deram uma desacelerada na pandemia, porém as pequenas confecções continuaram.

Há dois anos e com o crescimento do negócio, Pauline deixou o título de Microempreendedora Individual para firmar a Mamãe Quati como empresa Simples Nacional. “As duas lojas têm contadora, a gente paga imposto, tudo certinho”, reforçou.

A proprietária não pretende parar apenas na segunda loja e em desapegos. Os planos futuros são de expandir o estoque a um possível outlet, num sistema de venda de peças de marca com um preço bem mais acessível para as mamães. Porém, garante que não teria chegado onde está sem o incentivo recebido como MEI.

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Incentivos

Além de instruções quanto à venda e atendimento, especialmente em um período tão crítico quanto a pandemia, os MEIs também possui incentivo do Sebrae, além de obter acesso a cursos, palestras e oficinas digitais e físicas que instruem empreendedores em diversas áreas. Um deles, inclusive, é o Super MEI: primeiros passos, curso que dá ao iniciante noções básicas de gestão, planejamento e construção de um negócio sustentável e estruturado.

Em Mato Grosso do Sul, os campo-grandenses que querem se jogar no mundo do empreendedorismo podem ter acesso à palestra gratuita de “Como se Tornar um Micro Empreendedor Individual” no dia 5 de julho, às 18h, na Unidade Nova Lima. As inscrições estão abertas neste link e os participantes recebem orientações sobre o microempreendedorismo.

Outra vantagem do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas é a emissão de certificados autenticados e gratuitos. A certificação pode, inclusive, ser enviada pelo WhatsApp em até 1h após a conclusão do curso.

A representante da Fecomércio reforça que a tendência do Microempreendedor Individual, quando assistido e incentivado, é buscar crescimento e, consequentemente, impactar positivamente no comércio.

“Quando o empreendedor tem sucesso como MEI, a tendência dele é aumentar, expandir o tamanho da sua empresa. Isso fortalece o comércio sul-mato-grossense”, reforça. “É importante também para o empreendedor, que tem uma segurança, pode emitir nota fiscal, atender outro CNPJ [Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica] e até o setor público”, acrescenta Regiane Oliveira Dedé.

Quem pode ser MEI

Alguns grupos específicos podem ter acesso restrito como Microempreendedor Individual. Um exemplo deles é o grupo de servidores públicos, que não podem exercer a função de MEI concomitante ao cargo público, conforme determina a Lei 8.112.

Em Mato Grosso do Sul, o deputado estadual Marcio Fernandes (MDB) apresentou proposta na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) que visa alteração na Lei em questão a fim de permitir que o servidor público possa constituir-se como Microempreendedor Individual durante licença por interesse particular. A proposta, contudo, foi vetada por unanimidade em março deste ano.

O Governo Federal dispõe de lista específica para atividades que podem se enquadrar como MEIs, como artesãos, fotógrafos, fabricantes de produtos manuais, pedreiro, pintor e mais ocupações. A lista completa pode ser acessada na aba de Empresas & Negócios do Governo Federal.

Além disso, dois requisitos importantes são não ter participação em outra empresa como sócio ou titular e faturar até R$ 81 mil por ano com seu negócio.

Como se tornar MEI

Após realizar pesquisas e aproveitar dos benefícios gratuitos que o Sebrae oferece à população, o interessado em se tornar MEI deve seguir alguns passos para efetuar a certificação. Confira algumas dicas do Diário Digital para regularizar a situação.

Verificar a documentação necessária

Alguns documentos específicos são pedidos durante a abertura do processo de MEI. Para dar entrada na certificação, o empreendedor deve possuir em mãos RG, CPF, comprovante de residência ou endereço da empresa, Título de eleitor e número da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física.

Caso o estabelecimento já possua ponto físico, é necessário, ainda, consultar com a Prefeitura do município quanto à localização para obter o alvará de funcionamento. Este documento formaliza e legaliza as atividades no endereço cadastrado na abertura. Na Capital sul-mato-grossense, a consulta pode ser feita pelo site da Prefeitura de Campo Grande.

Cadastrar na plataforma do Governo

Outro ponto neste passo é realizar o cadastro no Portal do Empreendedor. Neste passo, quando o cadastro estiver em execução, é necessário preencher o número do recibo da declaração de imposto de renda ou do título de eleitor, além do número do telefone celular.

Neste passo, ainda, é importante definir o nome da empresa e selecionar as atividades que serão realizadas no local, além de detalhar o funcionamento do espaço físico. O empreendedor pode atuar em casa, endereço comercial, ambulante, porta a porta e até digitalmente.

Emitir certificação

Quando o cadastro estiver concluído, é importante preencher as declarações obrigatórias para o Microempreendedor Individual. Dessa forma, o cadastrado receberá o Certificado de Condição de Microempreendedor Individual (CCMEI), cujo comprova a inscrição como MEI, com o CNPJ e número do registro na Junta Comercial.

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