Indígenas de Mato Grosso do Sul estão reunidos nesta quinta-feira, 28 de Janeiro, em frente ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), em Campo Grande (MS), para defender a melhoria na saúde e do atendimento aos infectados pelo novo coronavírus. A ação envolve 76 caciques e lideranças de Dois Irmãos, Sidrolândia, Amambai, Coronel Sapucaia, Caarapó e algumas outras que estão a caminho. O Jornal Diário Digital compareceu ao ato.
(Foto: Marco Miatelo)
A liderança de Dois Irmãos da aldeia Terena, Arildo Alves, informou que os problemas começaram há quatro meses após o coronel da reserva, Joe Saccenti Júnior, ser nomeado o atual coordenador geral da Saúde Indígena do Estado. "Ele fez diversas promessas ao nosso povo e, que ao invés de melhorar nossa vida, piorou. Além disso, em plena pandemia da Covid-19, mandou embora muitas pessoas, no qual, elas também precisam colocar comida na mesa e cuidar das suas família", completou.
Arildo Alves afirma que coordenador prometeu muita coisa e não fez nada
(Fotos: Marco Miatelo)
"A falta de respeito também é pelo fato de que os veículos que usamos para irmos ao atendimento médico e ao dentista na cidade, tem as portas fechadas com cordas, pois, os carros não tem mais travas. A vacinação chegou na comunidade e, como tem diversos indígenas que são mais idosos, não sabem nem o porque estão vacinando, ninguém foi a aldeia para explica o porquê devemos tomar. A falta de informação e de respeito com a gente, é triste. Não precisamos ser tratados assim, se conversamos com nosso povo, a gente entende. Apesar de tudo, não precisamos ser tratados como qualquer um, somos pessoas", afirmou a liderança de Dois Irmãos.
De acordo com Arildo, o coordenador geral não quer recebe-los. "Quando soube que o nosso povo estava a caminho, ele foi embora. Ele age de qualquer forma, mas a situação da nossa vida, não é assim. Mas, iremos ficar aqui, quantos dias foram necessários para conversarmos com ele. Os indígenas precisam de mais humanização. O povo precisa de mais respeito".
Já o cacique de Dois Irmãos, Valmir André, disse que na aldeia tem pessoas cadeirantes, alunos especiais e idosos que precisam de cuidado e atenção. "Tem o postinho na aldeia, com agente de saúde, mas não um técnico de enfermagem, um médico para nos atender. Quando precisamos temos que ir para o município ser atendido por um doutor".
O cacique Valmir André garante que o coordenador vai ter que deixar o cargo
(Fotos: Marco Miatelo)
"Sendo assim, estamos em busca de mais respeito e informação para o nosso povo. Se depender da gente, o coronel da reserva irá deixar o cargo. Precisamos de alguém que faça o bem para a população indígena, não que não faça nada e ainda piore a nossa vida. Nossa revolta é pela forma que somos tratados", comentou Valmir.
Por fim, Arildo contou ao Diário Digital, que estão esperando a vinda a Capital, do Secretário Nacional de Brasília, Robson dos Santos, que chega amanhã para conversar com os caciques e lideranças. E, ainda estão esperando a resposta também do coordenador geral do DSEI, Joe Saccenti Júnior.
(Fotos: Marco Miatelo)
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