O dia de trabalho para os funcionários da Santa Casa de Campo Grande começou com protesto nesta terça-feira (22). Com décimo terceiro salário em atraso, eles cruzaram os braços e fizeram uma mobilização no saguão do maior hospital do Estado. Cerca de 200 profissionais dos setores de enfermagem, de radiologia e do administrativo participaram do ato, inclusive aqueles que estão na linha de frente nos atendimentos de pacientes com Covid-19.
Ao todo são 3.500 profissionais com décimo terceiro salário em atraso. De acordo com o presidente do Siems (Sindicato dos Enfermeiros de Mato Grosso do Sul), Lázaro Santana, os colaboradores estão esgotados. São mais de 10 meses enfrentando a pandemia e o desgaste é crescente . “ Nós, profissionais da saúde, não somos valorizados. Trabalhamos sem condição e queremos uma posição da prefeitura. Vamos cruzar os braços sim porque queremos nossos direitos”, afirma.
O hospital faria o pagamento do vencimento extra dos funcionários após o repasse de recursos do Município. A prefeitura havia se manifestado semana passada afirmando o que pagaria até dia 20 de dezembro, data limite para quitar o décimo terceiro, o que acabou não acontecendo. Segundo o presidente do Sintems (Sindicato dos Técnicos em Radiologia de MS), Fabrício Costa, os trabalhadores aguardam uma resposta. "Queremos uma posição, fomos informados pelo o diretor-presidente da Santa Casa, Heitor Freire, que o dinheiro está na conta da Santa Casa, mas o pagamento não foi feito por questões burocráticas", ressaltou.
O protesto continua até 13 horas quando será realizada uma nova assembleia. O atendimento no hospital é mantido com escala de greve de 30% dos funcionários trabalhando. Em resposta à reportagem do Diário Digital, a Prefeitura emitiu uma nota com a seguinte justificativa:
Está sob análise da PGM (Procuradoria Geral do Município) os termos do contrato a ser feito com a Santa Casa para a prestação de serviço e pagamento, através do aditivo a ser assinado com o hospital.
O valor em questão é de responsabilidade do governo estadual, mas, pelo fato de a saúde ser municipalizada e ter a necessidade de passar pelas contas da prefeitura, é necessário que seja publicado, em Diário Oficial, o motivo pelo qual o repasse está sendo feito.
Sendo assim, ainda não há data exata para que o repasse seja feito, contudo salientamos que este deve ser transferido ao hospital nos próximos dias.
Paralisação deve continuar até que o pagamento seja quitado (Foto Luciano Muta)
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