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Três meses antes de acabar o ano, número de feminicídios já é maior que em 2019, na Capital

A pandemia do novo coronavírus não é só um problema de saúde pública, mas de segurança. Ela reforçou ainda mais o isolamento das vítimas de violência doméstica do mundo, porém, não de seus agressores. A consequência se revela nas estatísticas. Em Campo Grande, oito mulheres foram vítimas de feminicídio este ano, segundo dados da Deam […] O post Três meses antes de acabar o ano, número de feminicídios já é maior que em 2019, na Capital apareceu primeiro em Diário Digital.

Diário Digital|Do R7

A pandemia do novo coronavírus não é só um problema de saúde pública, mas de segurança. Ela reforçou ainda mais o isolamento das vítimas de violência doméstica do mundo, porém, não de seus agressores. A consequência se revela nas estatísticas. Em Campo Grande, oito mulheres foram vítimas de feminicídio este ano, segundo dados da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). São três casos a mais do que o total registrado em todo o ano de 2019.

Enquanto as autoridades lutam para criar mais canais de denúncias e campanhas de divulgação, as vítimas continuam a esconder os sinais da violência que, na maioria das vezes, começa sutil e depois de um tempo chega ao fim, com a morte trágica e lares sem mães.

O curioso é que das oito vítima que perderam suas vidas, apenas uma tinha medida protetiva contra o agressor. As outras, sofreram caladas ou por não verem uma "luz no fim do túnel", ou por não acreditarem que um dia o amor pode acabar em assassinato, conforme explica a delegada titular da Deam, Fernanda Felix Mendes.

"O agressor faz de tudo para baixar a autoestima da vítima, a faz acreditar que sem ele a mulher não vai conseguir viver, ter o sustento. Cerceia seu convívio com parentes, amigos e então, ela se vê sozinha com aquele agressor que uma hora ama e depois odeia, vivendo um relacionamento doentio", diz a delegada.

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A professora Maxelline Santos, de 28 anos, tinha medida protetiva contra o guarda municipal Valtenir Pereira da Silva, 35 anos, mas acabou morta a tiros, assim como seu amigo, durante um churrasco na noite de 1º de março, no Jardim Noroeste em Campo Grande.

Após uma força-tarefa da Polícia Civil para capturá-lo, o autor se entregou. Em depoimento que durou cerca de duas horas, Valtenir disse que matou a ex-namorada por um momento de descontrole. Ele afirmou que não foi ao encontro com intenção de matar Maxelline , apenas para conversar.

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Segundo Valtenir, ele havia reatado com a vítima após eles terem terminado o relacionamento no dia 16 de fevereiro. Foi nesta data que a professora registrou o boletim de ocorrência contra o suspeito.

Maxelline resolveu reatar com Valtenir, mas teria escondido dos pais e amigos porque eles não aceitavam o relacionamento conturbado do casal.

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Para Felix, "o momento que vivemos no mundo, da pandemia da Covid 19, também gera uma pandemia da violência doméstica dentro dos lares. As subnotificações de crimes menores como ameaça, injúria, lesão que, às vezes, a vítima não vai registrar, não pede medida protetiva, ou ajuda, acaba culminando no crime de feminicídio".

Interior - Há 13 dias, Luana Caroline, de 26 anos, foi morta a facadas pelo namorado, em Bonito. O crime aconteceu enquanto a vítima dormia e na frente da filha de 7 anos. Havia sido o segundo caso de feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em menos de 24 anos.

O assassino, de 25 anos, foi localizado na saída da cidade depois de esconder em mata a camiseta que vestia quando golpeou a namorada e a faca usada para cometer o crime. Ele confessou que estava se relacionando com a vítima há cerca de sete meses e o namoro era conturbado, por causa dos ciúmes excessivo.

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Horas antes, uma jovem da mesma idade foi vítima de feminicídio em Nova Alvorada do Sul. Laura Rodrigues Monteiro, 26 anos, foi morta pelo ex-companheiro. Ele invadiu a casa dela e a golpeou cinco vezes com uma faca. Laura morreu no portão de casa, onde caiu quando tentava correr para pedir socorro.

Em 2020, já são 23 mulheres vítimas de faminicídio no estado.

"Se analisarmos o ano de 2019, das 30 vítimas de feminicídio no estado, apenas duas tinham medidas protetivas. Nós dizemos as mulheres, a população de Mato Grosso do Sul, o feminicídio é um crime evitável. É preciso pedir ajuda, socorro a Polícia Civil, que a mulher pode se livrar do ciclo da violência e desse crime maior que é o homicídio", orienta a delegada da Deam.

Denúncia - Mulheres vítimas de violência doméstica no Estado também podem denunciar os seus agressores através do site da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

Basta acessar o portal https://www.pc.ms.gov.br/; em seguida clicar em “B.O Oline Delegacia Virtual” e registrar o tipo de denúncia nas abas seguintes.

Os números 180 e 190 também estão à disposição para denúncias durante 24 horas.

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