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Cachoeira com água tingida em chá revelação não sofreu impacto, diz governo; responsável será autuado

Autor da festa foi identificado e responderá por infração ambiental. Especialista alerta para risco de uso de produtos como corantes

Folha Vitória|Do R7

Folha Vitória
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A Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Mato Grosso (Sema-MT) informou por meio de uma nota que, durante uma vistoria realizada na última segunda-feira (26) na Cachoeira Queima-Pé, localizada em Tangará da Serra, em Mato Grosso, não foi constatada alteração visual nos parâmetros físicos da água, como cor e odor, e não houve morte da fauna após o chá de revelação de gênero que pintou a água de azul.

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Segundo a secretaria, o responsável pelo evento já foi identificado e será autuado. O valor da multa não foi divulgado.

O proprietário da área informou que cedeu o uso do local para um evento. Um dos responsáveis pelo evento compareceu à sede da Sema-MT em Tangará da Serra para prestar esclarecimentos, acompanhado de sua advogada, e afirmou não ter conhecimento de que seria lançado algum produto para colorir a água, atribuindo a familiares a responsabilidade.

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O responsável apontado já foi identificado e irá à sede do órgão ambiental para a devida autuação ambiental.

A Sema-MT afirma que houve uma conduta em desacordo com a legislação. O decreto federal nº 6.514/2008 define como passível de infração ambiental "lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos ou detritos, óleos ou substâncias oleosas em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou atos normativos".

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"As multas e demais penalidades serão definidas e aplicadas após laudo técnico elaborado pelo órgão ambiental competente, identificando a dimensão do dano decorrente da infração e em conformidade com a gradação do impacto", afirmou a secretaria, por meio de nota. Os valores não foram divulgados.

Especialista

O geólogo Pedro Côrtes, professor titular do Instituto de Energia e Ambiente da USP, afirmou em entrevista ao R7 que a prática de jogar corantes em cursos de água "não é algo natural". Apesar de, segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso, o chá revelação não ter produzido impactos ambientais, esse tipo de prática "pode prejudicar os peixes e as plantas que estão na margem", avalia Cortês. "Não faz parte do ambiente natural daquela cachoeira”, diz.

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Para conhecer o gênero do bebê, um casal pediu para que uma cachoeira fosse tingida. A cor da água ficou azul, para revelar que a criança seria um menino. Mas o que os dois acreditaram que seria uma forma criativa de fazer um chá revelação causou, na verdade, revolta e indignação após a publicação do vídeo nas redes sociais.

Pedro Cortês explica que os impactos podem ser os mais diversos. Dependendo do produto que foi usado, a dispersão do produto e diluição podem ser dificultadas. Alguns corantes de tinta, por exemplo, não são solúveis em água; então, apesar de não se mostrarem presentes a olho nu, eles podem se acumular no fundo da represa e ir para o leito do rio, ficando por muito tempo e causando ainda mais impacto, explica o acadêmico.

O Ministério Público de Mato Grosso investiga o caso.

Com informações do portal R7

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