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Campanha reforça a importância da doação no tratamento de pacientes com leucemia

Entre janeiro e junho de 2020, o número de transplantes realizados no país diminuiu 19,67% em relação ao mesmo período de 2019

Folha Vitória|Do R7

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O transplante de medula óssea é uma das formas de tratamento para doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas, que estão entre os dez tipos de câncer mais frequentes, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer. 

No último ano, 3.805 transplantes de medula óssea foram informados ao Registro Brasileiro de Transplantes da Associação Brasileira de Transplante Órgãos (ABTO), número que vem aumentando a cada ano. Entretanto, este cenário foi afetado pela pandemia. Centros de transplante passaram por ajustes em suas condutas no combate a covid-19, segundo normas internacionais, do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO). 

"Hospitais tiveram que fazer adaptações para atender pacientes infectados, faltaram insumos para isolamento, muitos profissionais de saúde adoeceram e o Brasil enfrentou uma queda expressiva no número de doadores de sangue, o que inviabiliza a realização de transplantes de medula óssea com segurança", explica a hematologista Adriana Seber, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea. 

Entre janeiro e junho de 2020, o número de transplantes realizados no país diminuiu 19,67% em relação ao mesmo período de 2019, mas os transplantes de medula óssea alogênicos: quando as células são doadas por uma pessoa saudável, foram os menos afetados: 613 realizados em 2019 e 554 em 2020.

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"A maior parte dos doadores voluntários concordou em realizar a doação, mesmo enfrentando dificuldades como a necessidade de viajar de avião para realizar o procedimento. A redução no número de doações é um cenário global, mas acreditamos que o número de procedimentos tende a aumentar novamente agora no segundo semestre do ano. A maior dificuldade, hoje em dia, é entrar em contato com o doador compatível, visto que seus dados como celulares, endereços de e-mail e até mesmo endereços residenciais mudam com muita frequência e os doadores não se lembram de atualizar suas informações no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea)", esclarece Seber.

Para reconhecer a importância dos doadores voluntários e estimular que mantenham atualizados seus cadastros junto ao Registro, a AMEO (Associação de Medula Óssea), em parceria com a Amgen, estão promovendo a campanha #ProntoParaDoar: Doar medula é devolver a alguém o melhor da vida com o lançamento de um site para disseminar a importância e tirar dúvidas sobre o procedimento, em especial, nos casos de transplante não aparentado (quando a doação vem de um doador localizado pelo banco).

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O banco de doadores de medula óssea no Brasil é o terceiro maior do mundo. Apesar disso, ainda é preciso diversidade de raça entre os doadores.

"As mulheres são em maior número de voluntárias, mas os resultados dos transplantes são melhores quando o doador é um homem jovem. A compatibilidade da medula (HLA) depende muito da raça. Precisamos aumentar o número de doadores homens, jovens, pretos, partos, amarelos e índios. Estes têm menos de 30% de chance de conseguir um doador não aparentado para o transplante. Os transplantes com doadores familiares parcialmente compatíveis (haploidenticos) vem aumentando em todo o mundo e obtendo resultados cada vez melhores, mas os doadores compatíveis ainda são a primeira opção nos tratamentos. O transplante de medula óssea significa, muitas vezes, a única chance de cura, como no tratamento das leucemias agudas infantis recidivadas", complementa Dra. Adriana Seber.

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Procedimento não é prejudicial

O processo de doação começa pelo cadastro no banco por meio da coleta de um tubinho de sangue. Se o potencial doador for compatível com um paciente, será chamado para realizar mais exames, determinando se é realmente compatível e se não tem nenhum problema que coloque a sua saúde ou a do receptor em risco, antes de ser agendada a doação.

Há dois métodos de doação: a medula óssea e o sangue periférico, coletado por um procedimento chamado de leucoaférese. A doação de medula é um procedimento cirúrgico, sob anestesia geral, que leva em torno de 90 minutos e é realizado com a retirada de sangue de dentro do osso da bacia utilizando agulhas e seringas, sem nenhum corte. "Apesar do procedimento hospitalar causar medo no doador, ele é bastante seguro. Além disso, a medula óssea se recompõe em apenas 15 dias", esclarece a hematologista.

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