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Covid-19: pacientes graves que se recuperaram desenvolveram ansiedade, depressão e fadiga

A constatação é de uma pesquisa realizada no Hospital das Clínicas, em Vitória, que entrevistou mais de 40 homens e mulheres nos últimos quatro meses

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O medo da morte e do que pode ocorrer com pessoas queridas tem levado muitos pacientes internados com quadro grave de covid-19 à depressão, ansiedade e falta de ânimo ou energia. A constatação é de uma pesquisa realizada no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), o Hospital das Clínicas, em Vitória.

Mais de 40 homens e mulheres, em estado grave, foram entrevistados no hospital, nos últimos quatro meses. Cerca de 40% deles apresentaram sinais de ansiedade; 17,5% de depressão; e 61,5% de fadiga. 

Na população em geral, a parcela de pessoas que enfrentam esses problemas é menor. Estudos mostram que 4,4% da população sofre com depressão, 3,6% com ansiedade e 21% com fadiga. 

A pneumologista Jéssica Polese, coordenadora da pesquisa, afirma que a paramentação dos profissionais contribui para piora do estado emocional dos pacientes. "É uma paramentação muito pesada. Isso, de alguma maneira, afasta muito a relação médico-paciente. Eles sentem a insegurança do momento, a insegurança dos profissionais de saúde, veem toda aquela proteção dos profissionais de saúde se protegendo contra a infecção que o indivíduo está portando. Isso tudo gera uma série de complicações", destacou.

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"Alguns relatam preconceito, que eles vão embora do hospital e ninguém visita. A família se afasta porque fica com medo de pegar a doença. O medo de morrer mesmo é uma outra coisa que a gente enfrenta todo dia. Ainda mais quando a pessoa fica hospitalizada, esse medo fica mais próximo", completou Polese.

A médica afirmou ainda que os problemas emocionais surgidos durante a internação podem continuar por muito tempo, mesmo após a recuperação dos pacientes graves da covid-19. Segundo ela, foi o que ocorreu em epidemias anteriores.

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"Um estresse pós-traumático mesmo, gerando depressão e quadros ansiosos. Isso a gente já viu em outras epidemias. A impressão que a gente tem é que os pacientes chegam muito agradecidos. Só que aí, na hora em que você conversa um pouquinho, você vê que esse paciente está choroso, triste, enlutado pela perda de alguém. Ele tem outros componentes que mostram que aquilo ali deixou cicatrizes, deixou sequelas, e aí a gente não sabe até que ponto isso vai chegar", ressaltou.

Com informações da repórter Fernanda Batista, da TV Vitória/Record TV

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