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Hospitais capixabas temem a falta de insumos para intubação

Hospitais filantrópicos e Santas Casas em todo o estado também estão com dificuldade em adquirir os mesmos medicamentos

Folha Vitória|

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A pandemia do novo coronavírus tem feito cada vez mais vítimas, o Brasil e o Espírito Santo tem quebrado tristes recordes no que diz respeito à covid-19. Mas além do crescente número de cidadãos mortos e novos casos registrados, um outro medo tem tomado conta do sistema de saúde capixaba: o desabastecimento de insumos e medicamentos para intubação de pacientes. 

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, o desabastecimento de medicamentos pode se tornar uma realidade.

"Sem dúvida alguma há o risco de falta de medicamentos e insumos por conta de que os fornecedores da indústria tradicional estão impedidos de poder entregar as quantidades que já estão compradas e já estão solicitadas", explicou o secretário.

Ainda segundo Nésio, o impasse surgiu a partir de uma requisição administrativa do Ministério da Saúde.

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"Os fornecedores alegam que os estoques deles vão para o Ministério da Saúde e que estados, municípios e a rede privada, deverão receber os medicamentos da União. No entanto, nós entendemos que essa decisão não é adequada porque não é razoável que você requisite medicamentos que já estão destinados para suprir o poder público e o SUS", concluiu.

Por meio de nota, o Governo Federal disse que segue se esforçando para evitar a falta de medicamentos e que já garantiu 2 milhões e 800 mil unidades para todo o país.

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Ação judicial

De acordo com o Governo do Estado, uma ação judicial está em curso com o objetivo de garantir o fornecimento dos medicamentos já comprados. Enquanto isso, hospitais estão tendo que compartilhar o estoque.

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O presidente da Cooperativa de Anestesiologistas do Espírito Santo, Célio Miranda, afirma que diante do atual cenário onde a curva de novos casos encontra-se acentuada, a realidade tem preocupado os profissionais.

"O tanto de medicação que a gente tinha, ou tem ainda no estoque, era para 15 dias e se transformou em seis. Aí a gente vai chamar o fabricante pedindo mais produto em um prazo de seis dias, eles não conseguem produzir", apontou o presidente.

Para dar continuidade ao serviço e garantir a realização dos procedimentos, os anestesistas tem se reinventado, algo que, segundo o presidente da cooperativa, não é o melhor dos mundos, mas é a solução necessária.

"Ao invés de usar um frasco para uma pessoa, que eu uso só metade dele e jogo fora o resto, a gente usa para duas. Isso já vem fracionado em alguns locais pela farmacêutica", afirmou Miranda.

Em hospitais filantrópicos e em Santas Casas de todo o Espírito Santo, a dificuldade em comprar insumos para tratamento de pacientes com covid-19 infelizmente é a mesma e o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado do Espírito Santo (FEHOFES), Fabrício Gaeed, aponta que o problema também tem sido visto no mercado como um todo.

"Neste momento nós estamos tendo uma dificuldade muito grande na aquisição de insumos essenciais para o tratamento de pacientes com covid-19. São sedativos, bloqueadores neuromusculares, que infelizmente colocados em cotação, o mercado interno não tem respondido", disse

Ainda de acordo com Fabrício, a entidade possui um estoque capaz de suportar cerca de 30 dias, mas agora tenta importar medicamentos tendo em vista o tempo de resposta do mercado brasileiro.

"Nós estamos tentando fazer uma importação para tentar trazer essas substâncias de fora, mas infelizmente ainda não tivemos resposta ou avanço nesse sentido. O cenário é delicado, sensível, e que neste momento precisamos fazer a nossa parte para tentar evitar ainda mais o crescimento do vírus", reforçou.

* Com informações da repórter Ana Carolina Monteiro, da TV Vitória/Record TV.

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