Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Juiz é condenado à aposentadoria por beneficiar ré e se relacionar com mulher de traficante no ES

Caso ocorreu em 2015 e juiz estava afastado das funções desde o final de 2019. Ele atuava na 4ª Vara Criminal da Serra

Folha Vitória|Do R7

Folha Vitória
Folha Vitória Folha Vitória

O juiz de Direito Vanderlei Ramalho Marques foi condenado, pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), à aposentadoria compulsória, pena máxima prevista em Processo Administrativo Disciplinar.

As investigações apontaram que o magistrado mantinha relações íntimas com uma acusada de tráfico de drogas, na qual o marido era réu na mesma ação. O processo era conduzido pelo próprio Marques. Ele atuava na 4ª Vara Criminal da Serra.

Durante o processo, o juiz chegou a ser afastado da função após supostamente ter um caso com a mulher, que foi presa por tráfico de drogas na Serra. Ele também teria assediado outras mulheres, entre elas advogadas, envolvidas nos processos em que julgava.

Folha Vitória
Folha Vitória Folha Vitória

Por unanimidade, durante a sessão do pleno do Tribunal de Justiça do Espírito Santo na última quinta-feira (19), os desembargadores acompanharam o voto do relator, Fernando Bravin. 

Publicidade

"Como conclusão, os fatos comprovados nesse processo administrativo disciplinar, pela gravidade das condutas praticadas, aplica-se a penalidade de aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. Que resulta no seu imediato e definitivo afastamento", destacou. 

Em seu voto que concordou com o relator, o desembargador Willian Silva comparou as preocupações da segurança dos magistrados com o relacionamento do acusado com uma ré que respondia a um crime considerado grave tráfico.

Publicidade

"Ele fere de morte a instituição. O simples relacionamento imoral do juiz do processo com a ré do processo já é infração. Nós aqui nos preocupando com a segurança dos juízes e o juiz se expondo dessa forma", afirmou.

A sentença foi confirmada pelo presidente do Tribunal de Justiça, Ronaldo Gonçalves. "Portanto, sem qualquer titubeio, acompanho o voto do relator. Há unanimidade de votos que julgou parcialmente o pedido mas aplicando ao magistrado a pena de aposentadoria compulsória", declarou.

Publicidade

Caso aconteceu em 2015

O caso é de julho de 2015. Na época, o juiz julgou o processo de Paulo Fernando Alves Queiroz, de 22 anos, e Sabrina Torres Silva, de 24 anos, presos dentro de casa com 46 buchas de maconha, uma arma falsa e dois vasos de planta com maconha.

Um mês após a prisão, o juiz Vanderlei decidiu por manter o rapaz preso e dar liberdade provisória para a jovem. Uma das condições imposta a ela, para o abrandamento da pena, era que ela comparecesse todos os meses ao Fórum da Serra, onde o juiz atuava.

A partir daí, segundo o depoimento da acusada à corregedoria, ela e o juiz começaram a se aproximar, com ligações telefônicas e trocas de mensagens.

Em um dos trechos das conversas, a mulher pediu para que o juiz interferisse na soltura do marido. Ele diz que não conversaria o assunto por telefone. 

O relacionamento entre os dois teria durado onze meses. Com o fim do suposto caso, cinco meses depois, Vanderlei determina que a mulher seja presa novamente.

A mulher que teria se relacionado com o juiz prestou depoimento à Corregedoria do Tribunal de Justiça. Ela conta que recebeu supostas ameaças e que ele dizia que "acabaria com a vida dela" e que "faria ela voltar para a cadeia".

O OUTRO LADO

O Folha Vitória não conseguiu localizar a defesa do juiz Vanderlei Ramalho Marques. Assim que houver um posicionamento a reportagem será atualizada. 

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.