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'Paraguai não está preparado para enfrentar o PCC', diz especialista

Neste domingo, 75 presos da facção fugiram da penitenciária de Pedro Juan Caballero. Policiamento foi reforçado na fronteira do Brasil 

Cidades|Do R7

Plano de fuga de presos já era conhecido, ainda assim 75 conseguiram escapar
Plano de fuga de presos já era conhecido, ainda assim 75 conseguiram escapar Plano de fuga de presos já era conhecido, ainda assim 75 conseguiram escapar

Embora conviva com a presença do PCC (Primeiro Comando da Capital) em seu território nos últimos anos, o Paraguai ainda não está preparado para as ações da facção e a fuga dos 75 presos, ocorrida neste domingo (19), é mais um desafio para o país vizinho. A avaliação é do pesquisador Bruno Paes Manso, membro do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo.

"No Paraguai, tudo é novidade. A presença do PCC é novidade, assim como as estratégias, os grandes subornos. E isso abre brechas", diz. Segundo Paes Manso, coautor do livro "A Guerra: a ascensão do PCC e o mundo do crime no Brasil", a articulação do PCC para realizar suas atividades teve impacto no país. De acordo com ele, embora tivesse venda de drogas em seu território, o Paraguai não registrava a atuação de organizações criminosas do porte da facção brasileira.

Leia mais: Paraguai diz que sabia de plano de fuga, mas 'corrupção é o problema'

"Apesar de ser um país importante para a maconha e de passagem de cocaína da Bolívia, a venda de drogas sempre foi muito orgânica. O PCC chega de forma muito truculenta, com outra relação no mercado de drogas e com uma estratégia muito agressiva de dominar os presídios para assustar o Paraguai."

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Aumento

O pesquisador explica que a escalada para o mercado internacional ocorre em meados de 2006, quando Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, já consolidado na liderança da facção leva a cabo a estratégia de ingressar na venda da droga pelo atacado. Para isso, faz contatos com criminosos no Paraguai e na Bolívia.

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A organização criminosa se fortalece em 2016, ano em que o então comandante do tráfico local, Jorge Toumani Rafaat, o "rei da fronteira", é executado pelo PCC. O crime ocorre em Pedro Juan Caballero. "Os integrantes vão sendo presos no Paraguai com frequência e começaram a dominar os presídios paraguaios, porque esse é o mecanismo com que eles trabalham."

O especialista avalia que o governo paraguaio vai precisar, a partir do impacto desse caso, desenvolver estratégias de segurança pública. "O PCC aprendeu a crescer e a ser forte com os seus chefes presos. Mas a fuga é muito considerada. Quem foge ganha respeito e uma aura de mito. E o lema do PCC é paz, justiça e liberdade." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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