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Parentes de vítimas da Kiss se dão as mãos durante fala da acusação

Eles fizeram ato quando o promotor David Medina disse não haver prisão pior do que a vivida pelos familiares das vítimas

Cidades|Fabíola Perez, do R7, em Porto Alegre (RS)

Parentes de vítimas da boate Kiss levantaram e se deram as mãos formando um círculo no julgamento dos quatro réus da tragédia ocorrida em 2013, que deixou 242 mortos. O ato feito nesta quinta-feira (9) majoritariamente pelos pais dos jovens que morreram naquela data se deu ao início da fala do Ministério Público, que representa a acusação. 

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O promotor David Medina começou a falar pouco após as 16h no nono dia de julgamento. Ele pede a condenação dos réus por homicídio doloso em razão dos atos que levaram à tragédia e da falta de cuidados para evitá-la.

Parentes formaram um círculo de mãos dadas
Parentes formaram um círculo de mãos dadas Parentes formaram um círculo de mãos dadas

“Incendiar uma boate lotada de gente é crime de homicídio doloso. Não quero meu filho entrando numa boate para nunca mais sair. Isso só vai acontecer se dissermos para todos os proprietários ‘cuidem dos seus frequentadores’. As pessoas entraram e precisam sair. Não quero aqui chamá-los de assassino. Ninguém está dizendo que vocês saíram para matá-los.”

Medina fez referência ao momento em que os réus mencionaram a possibilidade de prisão e comparou isso à dor dos familiares. “Duvido uma prisão pior do que a da Kelen, carregando sua perna para cima e para baixo. Essa jurisprudência que nós vamos pedir”, disse. “Nesse caso, eu tenho vergonha de pedir justiça. Eu tenho vergonha porque é impossível fazer justiça para esses pais. Como vamos dar ‘o que é seu’ para cada um desses pais e mães. Não existe prisão maior do que a desses pais e dessas mães.”

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Nesse momento, familiares e sobreviventes da tragédia se levantaram da plateia do plenário para, em silêncio, erguerem as mãos em círculos em homenagem às vítimas do incêndio.

Argumentação

Medina falou aos jurados sobre a diferença entre homicídio simples e homicídio culposo, falou sobre proporcionalidade das penas e disse que o Ministério Público disse que pediria a condenação por crime doloso. “Estamos pedindo a condenação por crime doloso. Colocar fogo num ambiente cheio de gente é crime doloso. Havia uma preocupação com a segurança? Havia preocupação ou indiferença. Qual era a cautela que as pessoas tomavam para que essas pessoas saíssem vivas de lá?” Medina encerrou sua fala exibindo fotos de vítimas e declamou versos da música “Pedaço de mim”, de Chico Buarque.

O advogado dos familiares das famílias e vítimas e assistente do Ministério Público, Pedro Barcellos, acusou Elissandro Spohr de ter mentido sobre sua entrada na boate. Ele disse também que a boate estava lotada. O assistente de acusação critica ainda o réu Mauro Hoffmann por já ter tido experiência em casas noturnas. “Ele não ia dar meio milhão de reais para um cara tocar para ele. Jamais o Mauro ia deixar um negócio dele na mão dos outros. Os dois era proprietários da boate. Estou deixando claro que o Mauro e o Elissandro eram os proprietários da boate.”

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