A inflação de preços deve seguir assustando os brasileiros ao longo dos próximos 12 meses. De acordo com pesquisa realizada pela FGV (Fundação Getulio Vargas) com os próprios consumidores e divulgada nesta terça-feira (23), a alta esperada no índice de preços ao longo do próximo ano é de 9,8%.
O resultado confirma a trajetória de queda do indicador no curto prazo, depois de atingir sua máxima histórica no mês de fevereiro deste ano (11,4%).
No mês de agosto, a maior queda ocorreu entre os consumidores com renda familiar até R$ 2.100, com recuo de 0,4 ponto percentual em comparação com julho, Apesar do recuo, eles ainda aguardam por uma inflação de 10,4% para os próximos 12 meses, porcentagem superior à aguardada por todas as classes sociais.
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Foi também menor a proporção dos consumidores pesquisados que esperam inflação superior a 10% nos próximos 12 meses, que caiu de 36,2% para 34,7%. Já a proporção dos consumidores que acreditam que a inflação ficará entre 0 e 6,5% subiu de 7,6% para 8,3%.
O economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV, afirma que a queda na expectativa de inflação dos consumidores em relação reflete um alívio e uma preocupação.
— Alívio, pois a trajetória de aumento de expectativas de inflação do consumidor iniciada em 2015 reverteu-se e preocupação, porque a queda mostra-se lenta, reflexo da resiliência apresentada no índice de inflação oficial.
A meta de inflação estabelecida pelo governo para manter o índice controlado é de 4,5% ao ano. A meta tem margem de dois pontos percentuais e pode variar entre 2,5% e 6,5%, resultado que não é atingido desde dezembro de 2014.