Dólar fecha queda pelo segundo dia seguido e vale R$ 3,72
Baixa de 0,37% da moeda norte-americana foi guiada por cenário externo e vantagem de Bolsonaro nas pesquisas
Economia|Do R7
O dólar terminou a terça-feira (16) em baixa pelo segundo pregão consecutivo, cotado a R$ 3,7203, sob influência do ambiente mais positivo no exterior e após novas pesquisas eleitorais confirmarem ampla vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa à Presidência da República.
Na sessão, a moeda norte-americana recuou 0,37%, a R$ 3,7203 na venda, acumulando baixa de 1,55% nos últimos dois pregões. No mês até agora, o dólar já ficou 7,85% mais barato ante o real.
Na mínima do dia, a divisa marcou R$ 3,6922, mas o patamar acabou atraindo compradores, o que motivou a alta da moeda ao final da sessão. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,5% no fechamento.
"O Ibope deu praticamente como certa a eleição de Bolsonaro", afirmou o sócio da assessoria de investimentos Criteria Investimentos, Vitor Miziara, ao acrescentar que essa leitura justificou o mercado testar o suporte de R$ 3,70 nesta sessão.
"Passada a eleição, poderemos ver um fluxo de venda no dólar, mas com menor volume, já que os investidores começam a colocar nos preços a expectativa pelo plano do novo governo, principalmente reforma da Previdência", acrescentou.
Na noite de segunda-feira, o levantamento do Ibope mostrou que Bolsonaro tem 59% dos votos válidos, contra 41% de Fernando Haddad (PT), repetindo o quadro apontado na véspera em pesquisa encomendada pelo BTG Pactual.
A preferência do mercado financeiro por Bolsonaro é apoiada no seu coordenador econômico, o economista liberal Paulo Guedes, e a expectativa é de que eles imponham uma agenda de reformas, corte de gastos e ajuste fiscal.
Rejeição a Haddad bate recorde nas eleições 2018, diz Ibope
"Outra medição que vem chamando a atenção é a rejeição de Haddad, a qual tem superado a do candidato do PSL em praticamente todos os estudos para o segundo turno", escreveu o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado, em relatório.
"Com esse estudo consolidando a leitura otimista de investidores, o mercado tende a manter a resiliência de ativos locais, mas sem deixar de observar o clima no exterior", acrescentou.
No exterior, a terça-feira foi marcada pela busca por ativos de maior risco, o que faz o dólar perder força ante as divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano. Ante a cesta de moedas, a moeda rondava a estabilidade.
O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 7.700 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 4,235 bilhões do total de US$ 8,027 bilhões que vence em novembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.