O mercado de trabalho brasileiro ainda sofre com os reflexos da crise econômica e já demitiu mais de 683 mil profissionais que atuavam com carteira assinada somente nos nove primeiros meses deste ano. Diante deste cenário, as capitais do País se mostram como as principais responsáveis pelos cortes, com a redução de 404.856 postos de trabalho no período.
A única exceção entre as capitais das Unidades da Federação fica por conta de Boa Vista (RR), que gerou 564 postos de trabalho formais neste ano, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), revelados pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).
Apesar do saldo positivo ao analisar todos os setores da economia, Boa Vista acumula mais demissões do que contratações no comércio (- 308) e na construção civil (- 107). Os valores, no entanto, foram revertidos pelas 847 novas vagas com carteira assinada no ramo de serviços.
Completam o saldo da capital de Roraima os dois cortes de vagas na administração pública e as contratações da indústria de transformação (+ 10), agropecuária (+ 47) e serviços industriais de utilidade pública (79).
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São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG) seguem como as três capitais que mais demitiram neste ano, com o corte de, respectivamente, 97.206, 83.794 e 31.396 postos de trabalho com carteira assinada em 2016.
As três capitais do Sudeste são seguidas por Salvador (BA), Recife (PE), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Teresina (PI), que reduziram, respectivamente, 22.386, 20.337, 18.943, 13.974, 13.832, 13.818 e 11.119 vagas formais no período entre os meses de janeiro e setembro.
Se for somado o volume de postos de trabalho com carteira assinada nas dez capitais, elas somam 326.805 ou quase metade de todas os postos fechados em todo o País (47,8%).
As capitais dos Estados do Acre, Rio Branco, e do Tocantins, Palmas, foram aquelas que demitiram em menor intensidade ao longo dos nove primeiros meses do ano. Enquanto Rio Branco cortou apenas 440 postos de trabalho, com auxílio das 697 constatações no setor de serviços, Palmas reduziu sua massa de profissionais em 727 pessoas.
Também acumulam mais demissões do que contratações as capitais Teresina (- 8.235), Natal (- 7.152), Porto Velho (- 7.035), Maceió (- 6.741), São Luis (- 6.577), Florianópolis (--6.477), João Pessoa (- 6.231), Vitória (- 5.874), Belém (- 5.306), Aracajú (- 4.972), Goiânia (- 4.682), Cuiabá (- 3.667), Campo Grande (- 2.345) e Macapá (- 2.154).
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