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Entenda por que a alta dos juros deve reduzir o preço dos alimentos

A estratégia busca levar o consumidor a adiar uma compra para desestimular o consumo e, assim, controlar a inflação

Economia|Do R7

Medida, num primeiro momento, pode frear os preços dos alimentos
Medida, num primeiro momento, pode frear os preços dos alimentos Medida, num primeiro momento, pode frear os preços dos alimentos

Com a elevação da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, para 6,25%, o Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), utilizou um mecanismo de freio da inflação. A medida, num primeiro momento, pode reduzir o preço dos alimentos, como arroz e feijão, e dos combustíveis.

Leia também: Possível impacto da alta dos juros no PIB coloca país em impasse

De acordo com o professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Pedro Raffy Vartanian, o motivo fundamental para esse aumento é o comportamento dos preços, que são afetados pela alta da inflação. 

Em agosto, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 0,87%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E no acumulado em 12 meses chegou a 9,68%. O resultado, puxado pela disparada nos preços da gasolina e dos alimentos, foi o maior para um mês de agosto em 21 anos.

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De forma simplificada, o custo mais alto do dinheiro e do crediário faz com que a população contenha seus gastos, reduzindo a demanda. O que provoca uma retração na economia, com redução nos preços dos produtos e serviços, fazendo a inflação cair.

Em um cenário de inflação alta, o Copom pode elevar a Selic para desestimular o consumo. Mas a medida pode aumentar os juros do cartão de crédito, empréstimos e cheques. A estratégia busca levar o consumidor a adiar uma compra e, assim, controlar a inflação.

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Derrubar a inflação, que é o objetivo do Banco Central ao aumentar a taxa Selic, é positivo para a grande parte da população em geral, explica César Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal.

“Isso preserva o poder de compra da população. Ou seja, a inflação caindo possibilita que eu vá a um supermercado em um mês e compre a mesma quantidade de produtos que comprei no mês anterior com o mesmo dinheiro. Se a taxa Selic sobe, há uma propensão da população de poupar ou investir o dinheiro, o que reduz o dinheiro em circulação”, afirma Bergo. 

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Outro impacto é explicado pelo professor Vartanian. Ele lembra de como o anúncio do Copom afeta os empréstimos. “Ocorre um aumento nas taxas das operações de crédito, como cheque especial e cartão de crédito. Isso significa que a compra financiada de uma geladeira, ou um carro, por exemplo, fica mais cara. Do ponto de vista dos investimentos, há um aumento da remuneração da poupança, dos CDBs, títulos públicos e outras aplicações de renda fixa”, avalia Vartanian.

Em uma situação prática: quem vai ao banco simular um empréstimo para comprar um carro poderá ver o plano falhar se a Selic subir no mês seguinte. Isso porque o aumento da taxa fará com que as prestações fiquem mais caras do que foi originalmente simulado, forçando o consumidor a repensar o empréstimo e a compra.

O que é

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e o principal instrumento de política monetária do Banco Central no controle da inflação. Por influenciar todas as taxas de juros do País, a Selic pode ter um peso no bolso do consumidor quando se trata de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.

A sigla vem de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, no qual o Banco Central opera diariamente na emissão, compra e venda de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional.

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