Economia Ibovespa fecha no maior patamar desde julho de 2021; e dólar avança a R$ 4,90

Ibovespa fecha no maior patamar desde julho de 2021; e dólar avança a R$ 4,90

Bolsa assegurou quarto ganho semanal seguido, impulsionada pela Petrobras, que acompanhou os preços do petróleo no exterior

Reuters
Painel do Ibovespa, na região central de São Paulo

Painel do Ibovespa, na região central de São Paulo

Amanda Perobelli/Reuters

O Ibovespa fechou com um acréscimo modesto nesta sexta-feira (17), distante da máxima, quando superou os 125 mil pontos pela primeira vez desde meados de 2021, mas cravou o terceiro pregão no azul, em um movimento assegurado principalmente pelo avanço da Petrobras, que acompanhou os preços do petróleo no exterior.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,11%, a 124.773,21 pontos, o maior patamar de fechamento desde 29 de julho de 2021. Na máxima do dia, chegou a 125.431,07 pontos. Na mínima, a 124.546,59.

O volume financeiro somou R$ 27,8 bilhões, em uma sessão também marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações na Bolsa paulista.

Com isso, o Ibovespa acumulou um ganho de 3,5% na semana, a quarta seguida no azul, ampliando a valorização em novembro para 10,3%. Em 2023, sobe 13,7%.

Já o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9056 na venda, em alta de 0,72%. Na semana, no entanto, a moeda dos EUA acumulou baixa de 0,18%. No mês de novembro, o dólar acumula queda de 2,68%.

Importadores e outros participantes do mercado de câmbio aproveitaram as cotações mais baixas, após os recuos recentes, para comprar dólares nesta sexta-feira, o que fez a moeda americana à vista fechar em alta firme ante o real, a despeito do recuo visto no exterior.

No início do dia, o dólar ensaiou uma nova baixa ante o real, em sintonia com o recuo no exterior, em meio à percepção de que, com os números mais recentes de inflação e atividade, o Federal Reserve (Fed) tende a não elevar mais os juros no curto prazo. Assim, a moeda americana atingiu a menor cotação do pregão, de R$ 4,8516 (-0,39%), às 9h01, logo após a abertura dos negócios no Brasil.

Três profissionais ouvidos pela Reuters ao longo do dia afirmaram que, com o dólar à vista perto dos R$ 4,85, importadores foram às compras, assim como players interessados na aquisição de moeda antes do fim do ano. Tradicionalmente, o mês de dezembro é marcado por remessas de divisas ao exterior por parte de fundos e multinacionais, o que eleva a demanda por dólar.

Movimento da bolsa

Na visão do superintendente da Necton/BTG Pactual, Marco Tulli, a Bolsa paulista acompanha o rali de Wall Street, que encontra respaldo em perspectivas de um resfriamento da economia americana, com reflexos na inflação, que permitirá ao Fed encerrar o ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos.

"Não fossem os conflitos Ucrânia–Rússia e Israel–Hamas, talvez o Ibovespa já estivesse perto de 140 mil pontos", avaliou.

Tulli ainda destacou que, no cenário brasileiro, a percepção de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está ganhando tempo para aprovar medidas de arrecadação para cumprir suas metas fiscais melhora os humores. "E a Bolsa brasileira ainda se encontra bastante descontada, o que ajuda no 'upside'", citou.

Dados da B3 corroboram a avaliação de que houve uma "melhora dos humores", com o saldo de capital externo positivo em R$ 7,59 bilhões em novembro até o dia 14, após três meses em que estrangeiros venderam mais do que compraram no mercado secundário de ações no Brasil.

Em relatório nesta sexta-feira, estrategistas do JPMorgan afirmaram que o rali recente nos mercados na América Latina pode continuar, condicionado ao ambiente global mais calmo nos últimos tempos. No caso do Brasil, eles apontam valuations ainda baixos, juros menores e ruído fiscal já incorporado nos preços.

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