Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Presidente do BC diz que redução da taxa básica de juros deve ser feita "de forma responsável"

BC tem sinalizado que pode intensificar o corte da Selic, atualmente em 13,75% ao ano

Economia|Da Agência Brasil

Para Goldfajn, a política monetária não substitui as ações do governo, mas complementa
Para Goldfajn, a política monetária não substitui as ações do governo, mas complementa Para Goldfajn, a política monetária não substitui as ações do governo, mas complementa

O presidente do BC (Banco Central), Ilan Goldfajn, disse nesta segunda-feira (12), em discurso durante almoço de confraternização dos dirigentes de bancos, promovido pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), em São Paulo, que a redução da taxa básica de juros, a Selic, deve ser feita de forma responsável.

— Todos nós queremos juros mais baixos. Esse também é o desejo do Banco Central. A questão é como chegar lá. Para isso, é importante que a redução dos juros seja feita de forma responsável, para que seja sustentável no longo prazo. Caso contrário, a trajetória terá que ser revertida lá na frente.

Diante da recessão econômica e da melhora na inflação, o BC tem sinalizado que pode intensificar o corte da taxa básica de juros. Nas suas duas últimas decisões, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC cortou a Selic em 0,25 ponto percentual. Atualmente, a taxa está em 13,75% ao ano.

A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

Publicidade

Goldfajn disse que o Copom se reúne de forma frequente para avaliar o desempenho corrente e prospectivo da economia e pode sempre adequar as condições da política monetária.

— Mas essa avaliação sobre a política monetária não pode ser confundida com o debate sobre os juros estruturais da economia. Os juros estruturais dependem de diversas variáveis, tais como fatores reais: produtividade, grau de incerteza, garantias, respeito a contratos etc.

Publicidade

Ele ainda acrescentou que mudanças nos juros estruturais também dependem de reformas fiscais “que coloquem em ordem as contas públicas e de medidas microeconômicas que melhorem o ambiente de negócios”.

— Por isso temos insistido na necessidade das reformas. São elas que farão cair os juros estruturais.

Publicidade

Os juros estruturais estão relacionados à estrutura e riscos da economia do País. O presidente do BC também disse aos banqueiros que a política monetária não substitui as políticas do governo, mas complementa.

— O crescimento de um país depende de investimento e de aumento da produtividade, que são os elementos cruciais. A redução das incertezas de todas as naturezas, inclusive aquelas provenientes de eventos não econômicos [como a crise política], também é fundamental para a volta do crescimento.

Agenda do BC

Durante o discurso, Goldfajn anunciou uma agenda de trabalho do banco, chamada de BC+, com quatro pilares com potencial para contribuir para a recuperação econômica do País.

— O primeiro pilar é o da redução sustentável e perene do custo do crédito no Brasil. Nesse aspecto, as ações objetivam reduzir a inadimplência, diminuir o custo do crédito para o tomador final, promover a simplificação do compulsório, dentre outras.

O segundo pilar, segundo o presidente do BC, é o aumento da eficiência do sistema financeiro.

— Embora o nosso sistema seja notabilizado pela sua dinâmica, há espaços para aperfeiçoamentos visando tornar ainda mais eficiente a oferta de produtos e serviços financeiros a preços competitivos, com externalidades positivas para a eficiência da economia como um todo.

O quarto fundamento é o da cidadania financeira, com medidas que fomentem a educação financeira e fortaleçam a proteção legal e regulatória da população recentemente incluída no sistema. O quarto e último pilar, segundo Goldfajn, é o do aprimoramento do arcabouço legal que rege as atividades e competências do Banco Central, inclusive sua a autonomia.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.