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Seis em cada 10 pequenas empresas usam canais digitais para vender

Especialistas ouvidos pelo R7 dão dicas de como ser bem-sucedido nas vendas pela internet para quem está começando

Economia|Giuliana Saringer, do R7

15% foram para plataformas online por pandemia
15% foram para plataformas online por pandemia 15% foram para plataformas online por pandemia

O número de pequenos negócios que vendem por meio de canais digitais chegou a 66%, de acordo com levantamento do Sebrae (Serviço Brasileiro prode Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de julho deste ano. Nas edições anteriores da pesquisa, de maio e junho, o percentual era de 59% e 64%, respectivamente.

De acordo com o Sebrae, 50% já vendiam por meio de redes sociais, aplicativos ou internet antes da pandemia e 15% passaram a investir nas plataformas devido à crise.

Em contrapartida, 34% disseram não usar as ferramentas. 13% por saberem como esta estratégia se aplica no negócio, 6% não pretendem aderir a estas tecnologias e 16% ainda não começaram, mas querem usar as redes para os negócios em breve.

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A pesquisa foi realizada de 27 a 31 de julho. Mais da metade dos pequenos negócios utiliza o Whatsapp for Business — 58%, sendo que 12% começaram a usar por causa da crise e 46% já usavam anteriormente.

Em seguida, os aplicativos mais usados são programa (software ou aplicativo) de gestão e propagandas pagas no Google, Facebook ou Instagram (44% em ambos os casos).

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Milena tem loja no Instagram
Milena tem loja no Instagram Milena tem loja no Instagram

A estudante Milena Trentino aposta no Instagram e no WhatsApp for Business para vender croppeds — peça de roupa mais curta, que deixa a barriga aparecendo. Milena conta que optou pelas duas redes por serem as que mais usa no dia a dia e por querer atingir um público parecido com ela: mulheres de 20 a 30 anos e que gostam de sair.

A ideia da loja partiu de uma necessidade pessoal. Na tentativa de ajudar conhecidas que vendiam roupas no começo do isolamento social, queria comprar um cropped, mas achou o preço muito caro. Começou então o próprio negócio, apostando em preços que considera justo.

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De maio até agora, a loja Cropped Zone (@croppedzone) tem sido um aprendizado para Milena. “Eu espero aprender como é [empreender], sentir do zero”, afirma Milena.

Como escolher a plataforma online para vender?

O consultor do Sebrae-SP Guilherme Lui afirma que o empreendedor deve entender o perfil do público alvo para definir quais as redes sociais que deve criar uma conta para a loja.

Lui exemplifica que o Facebook é a plataforma com maior número de usuários no mundo, mas que hoje em dia o público principal é mais velho. Já o público jovem, em sua maioria, prefere o Instagram e os adolescentes, o TikTok. Para Lui, estar em todas as plataformas digitais ao mesmo tempo não é a melhor estratégia. É mais interessante estar em menos locais para poder se dedicar mais ao atendimento ao cliente e produção de conteúdo para vendas.

Além de escolher a rede social, Lui orienta que o empresário se cadastre no Google Meu Negócio, para facilitar as buscas pelo Google e atrair novos clientes.

A porta-voz da Nuvemshop Mylena Gama diz que as redes sociais são um ambiente de “relacionamento, de criar conversas, de mostrar como o produto pode ser usado, pedir que clientes tragam depoimentos”. Para ela, o grande erro é usar as redes como um grande panfleto, inserindo apenas fotos dos produtos e preço.

Mylena diz que a maior dificuldade no começo dos negócios é que não existe uma “fórmula mágica” e que sempre é preciso testar para analisar o que funciona com determinado público. 

"Fuja de dicas que falam que essa é a fórmula. Vai ter que ser na experimentação para entender. Sempre quem tem a resposta é seu público”

(Porta-voz da Nuvemshop Mylena Gama)

Sarina tem loja no Instagram há quase um ano
Sarina tem loja no Instagram há quase um ano Sarina tem loja no Instagram há quase um ano

A proprietária da marca Sari Acessórios (@sariacessorios), Sarina Nigri, tem a loja há quase um ano e aposta nas vendas pelo Instagram e WhatsApp. No final de 2019, a loja que trabalhava foi vendida, ela saiu do local e recebeu a proposta de um antigo chefe para abrirem um negócio juntos.

Como gosta de acessórios desde criança, decidiu que as vendas seriam de semijoias e prata 925. Sarina cuidaria da loja e o antigo chefe investiria no negócio. A escolha do Instagram como plataforma principal foi fácil para Sarina.

“Eu amo o Instagram, porque eu tenho meu perfil pessoal que eu uso muito. Eu manjo, eu sei como funciona, como você fala com o seu público”, afirma.

Para ela, as maiores dificuldades de manter a loja são o tempo e a concorrência, já que é preciso de dedicação total ao negócio para que dê certo e conseguir formas de fidelizar o cliente, já que a concorrência no meio é muito grande.

Como montar a página

Depois de definidas as plataformas digitais, começa o trabalho de montagem. “Tenha clara qual a sua identidade visual. Mesmo nome, as mesmas cores, informe tudo aquilo que a empresa está fazendo e vendendo, quais os produtos, a localização e canais de comunicação”, afirma Lui.

O consultor do Sebrae diz que, quanto mais informação, maior será a facilidade para o cliente. Por isso, é importante produzir uma “bio matadora” no Instagram, por exemplo, com um telefone de contato, informações sobre forma de pagamento e o ramo da empresa.

Ao colocar o preço do produto, por exemplo, é possível filtrar os possíveis clientes, que de fato podem finalizar a compra, além de facilitar o atendimento online, evitando que o moderador da página precise responder o valor da peça várias vezes. “Quanto mais fácil para o cliente, melhor”, afirma Lui.

A co-fundadora da Ozllo Victória Alonso afirma que, normalmente, marcas com propósitos e causas bem definidas tendem a atrair mais a atenção dos clientes.

“Se existe uma identificação com a razão da empresa%2C a relação com o consumidor tende a ser duradoura”

(Co-fundadora da Ozllo Victória Alonso)

Para ela, um dos principais erros das pessoas que estão começando a empreender é não escutar o que os clientes têm a dizer. Outro erro comum é não colocar o cliente como centro da loja.

Interatividade importa

Estar em várias redes ao mesmo tempo só para manter a página não costuma valer a pena. Para Lui, a interatividade com os clientes faz toda a diferença no universo digital e, por isso, colocar mais do que uma foto do produto e o preço são saídas que costumam dar melhores resultados.

“A gente acessa a rede social para ver pessoas e não produtos. Se possível, coloque nas fotos e vídeos o fator humano”, diz Lui. Ao optar por vídeos, por exemplo, é interessante que sejam curtos no Facebook ou Instagram. Se o foco for contar uma história ou ensinar alguma coisa ao cliente, a melhor plataforma pode ser o YouTube.

Victória orienta que os empreendedores apostem em um feed de fotos organizado, no caso do Instagram, tanto em conteúdo como em forma. “As pessoas tendem a querer fazer fotos super ‘uau’ e é interessante que quanto mais real, foto no corpo, vida real, melhor é para o cliente que está consumindo”, afirma Victória.

Na mesma linha, Lui diz que “o cliente também gosta de ver produtos, mas o que cria muito elo e empatia com a loja é o empresário comunicar o dia a dia dele, como é a loja, bastidores. [É possível] falar sobre novidades que chegaram, fazer enquetes e perguntas”.

Segundo o consultor do Sebrae-SP, usar as ferramentas disponíveis na plataforma, como as enquetes do Instagram, também fazem com que a loja seja melhor ranqueada.

Quando são lançadas novas ferramentas, o empreendedor pode usá-las, porque a rede tende a dar mais destaque para aquele tipo de conteúdo, para divulgação da ferramenta. Independentemente do item vendido, Lui afirma que a frequência de postagens é muito importante para que a página nas redes sociais seja mais encontrada por possíveis clientes. Para isso, uma dica é planejar as publicações semanais.

Milena percebeu que ao postar novidades acaba tendo mais interatividade e engajamento nas publicações e fechando mais vendas. Para ela, a criação de conteúdos com mais frequência ainda é uma parte difícil do negócio.

Victória orienta que os empreendedores apostem em um feed de fotos organizado, no caso do Instagram, tanto em conteúdo como em forma. “As pessoas tendem a querer fazer fotos super ‘uau’ e é interessante que quanto mais real, foto no corpo, vida real, melhor é para o cliente que está consumindo”, afirma Victória.

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