Faz quanto tempo que você não usa seu talão de cheques para fazer um pagamento? A compensação de cheques caiu de 3,3 bilhões, em 1995, para 672 milhões, em 2015, de acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos). O número representa um recuo de 79,8% do uso do documento em 20 anos no Brasil.
Na comparação entre 2015 e o ano imediatamente anterior, a queda também foi expressiva para apenas um ano: 11,09% de documentos a menos, uma vez que, em 2014, foram compensados 755,8 milhões de cheques no Brasil.
As estatísticas da instituição mostram que o brasileiro trocou o cheque por outros meios de pagamento, especialmente as transferências eletrônicas.
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A Febraban explica que a queda do uso de cheques coincide com a expansão da abertura de contas correntes. Em 1995, havia 39 milhões de contas correntes no Brasil, número que saltou para 108 milhões em dezembro de 2014.
Internet
Outra ferramenta a serviço do cliente bancário que contribuiu para a queda do uso do cheque foi a internet, com o uso dos sistemas dos bancos no computador ou no celular.
A federação dos bancos ouviu as sete principais instituições financeiras do País (Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa, HSBC, Itaú e Santander), que informaram que as operações feitas por internet banking e mobile banking responderam por 58,5% do total no primeiro semestre de 2015.
No final de 2014, as operações por estes canais digitais somaram metade do total.
Cheques devolvidos
Se a quantidade de cheques emitidos diminuiu, os que ainda circulam no mercado têm mais fundos. Houve uma redução nos documentos sem fundos devolvidos na comparação entre 2014 e o ano passado.
Em 2014, o número de cheques devolvidos foi de 57,4 milhões contra 56,4 milhões no ano passado — uma queda de 1,65%. Considerando apenas cheques sem fundos, houve uma queda de 45,2 milhões, em 2014, para 44,1 milhões, em 2015.
Se por um lado, diminuiu a quantidade de cheques devolvidos, por outro, aumentou o tamanho do calote. O volume de cheques devolvidos foi de R$ 105,2 bilhões, em 2014, para R$ 112,7 bilhões, em 2015 — alta de 7,13%.
Considerando somente cheques devolvidos sem fundos, o montante registrado em 2014 foi de R$ 74,3 bilhões contra R$ 78 bilhões do ano passado — crescimento de 5%.