Visa dobra taxa de parcelamento com reajuste de tarifas do cartão de crédito a partir de 1º de maio
Reajuste para pagamentos de boletos ou Pix via carteiras digitais no Brasil será de 2,69% a até 5,60%
Economia|Do R7
A Visa vai aumentar as tarifas de transações com cartões de crédito para pagamentos de boletos ou Pix via carteiras digitais no Brasil a partir do dia 1º de maio. A medida recebeu críticas por ser divulgada sem consulta prévia ou análise financeira transparente que justifique os reajustes. Além disso, não foi respeitado prazo da regularização do Banco Central.
O anúncio, publicado apenas em inglês na restrita edição do Visa Business News, ao qual a reportagem teve acesso, especifica novas taxas para transações domésticas de pagamentos que em alguns casos sobem mais que o dobro.
A empresa afirmou em nota que o aumento das taxas a partir de maio está de acordo com a regulamentação vigente no país.
“A Visa ressalta que cumpre, respeita e age em concordância com toda a regulamentação vigente do Banco Central do Brasil. Além disso, a empresa reforça que toda mudança em relação a tarifas de transações com cartões de crédito passa sempre por estudos aprofundados e criteriosos das condições de mercado, dos hábitos de consumo e das necessidades dos nossos clientes”, afirmou a Visa em nota.
Os reajustes
Para os cartões Visa Classic e Visa Gold os valores vão para 2,69%, em transações sem parcelamento, e até 5,60% para parcelamentos de sete a 12 meses. Cartões premium como Visa Platinum, Visa Signature e Visa Infinite também verão aumentos, com taxas partindo de 3,22% até 5,62%.
A Visa também fará ajustes para cartões vinculados a empresas, com tarifas que começam em 3,24% para transações sem parcelamento e alcançam até 5,79% para as mais longas. Esses aumentos serão aplicados aos adquirentes, que terão de arcar com custos maiores, enquanto os bancos emissores receberão taxas mais elevadas.
As alterações vêm sem nenhuma consulta prévia aos clientes, incluindo consumidores e comerciantes, o que levantou preocupações sobre a falta de transparência e a ausência de justificativa financeira clara.
Críticos apontam que os reajustes não têm precedentes e indicam aumento de lucros dos bancos emissores, sem considerar os impactos no poder de compra dos consumidores brasileiros.
O aumento das taxas será implementado inicialmente por meio de ajustes manuais antes de ser integrado ao sistema VisaNet.
Procurada, a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), afirma que “não interfere nem se manifesta sobre políticas comerciais das empresas do setor”. O Banco Central também foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou.