Ninguém merece estudar no carnaval, mas para não ficar com a consciência pesada e aproveitar o feriado para rever alguns temas, o professor de História do Anglo, Raphael Tim, faz uma seleção de filmes que ajudam a estudar sem muito sacrifício, confira:
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1. Vida Invisível (Karim Aïnouz, Brasil, 2019) A relação entre duas irmãs é utilizada nesta bela obra para registrar os impactos subjetivos sobre o quais os desafios e imposições de ter de sobreviver em meio aos delírios patriarcais da sociedade carioca dos anos 1940. Cada decisão das irmãs de personalidades muito diferentes envolve ter de enfrentar não apenas o ambiente familiar, mas também todo um universo de valores que enclausuram mulheres em papéis pré-definidos extremamente limitadores e convenções sociais opressivas
Cinema 10
2. Parasita (Bong Joon Ho, Coreia do Sul, 2019) O aclamado longa sul-coreano traça de uma forma muito bem sucedida os impactos das disparidades sociais a partir das tumultuadas interações entre duas famílias (uma, extremamente rica; outra, miserável). Valendo-se de um variado conjunto de situações insólitas, o filme consegue ser interpretado como uma forte crítica à concentração de renda nas sociedades contemporâneas, mas sem recair em discursos inflamados ou soluções previsíveis.
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3. Bacurau (Kleber Mendonça Filho & Juliano Dornelles, Brasil, 2019) Considerado por muitos o melhor filme brasileiro de 2019, o longa apresenta uma leitura distópica de um Brasil do futuro (não completamente improvável) a partir da história de Bacurau, um pequeno vilarejo incrustado no sertão. A relação dos moradores do povoado entre si, com políticos locais, assim como com estrangeiros e forasteiros brasileiros que passam a frequentar a região, é utilizada para apresentar as relações entre o ser, o meio e a tecnologia, quando a única arma é resistir
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4. Estou me guardando para quando o carnaval chegar (Marcelo Gomes, Brasil, 2019) Localizada em Pernambuco, Toritama é uma cidade na qual anualmente cerca de 20 milhões de peças de jeans são confeccionadas em pequenas fábricas e oficinas domésticas nas mais precárias condições, em um ritmo de trabalho incessante. O grande momento de interrupção desse cotidiano é quando ocorre o Carnaval, momento em que os trabalhadores se desfazem de grande parte dos seus pertences para conseguir partir da cidade e ir em busca de uma praia. Porém, findado todo o ciclo produtivo infinito é retomado
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5. Califórnia (Marina Person, Brasil, 2014) No princípio dos anos 1980, uma adolescente tem de lidar com as angústias características da idade. Sua grande aspiração é ir visitar seu tio que mora na Califórnia (Estados Unidos) e lá trabalha como jornalista da cena musical estadunidense. Os anseios, dilemas e sonhos íntimos da jovem passam a ser confrontados com um novo tipo de desafio, quando o tio retorna ao Brasil completamente enfraquecido por uma nova doença que vinha resultando em ondas de pânico globais na década de 80
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6. Waking Life (Richard Linklater, EUA, 2001) Preso em algum tipo de sonho, um rapaz busca compreender o sentido do universo onírico e das relações humanas conversando com os mais variados tipos de pessoas e apresentando situações do surrealismo cotidiano que muitas vezes passam a ser aceitas como “normais” justamente pela escassez de tempo para a reflexão sobre o que significa viver imerso em promessas de sentido da vida presentes ainda no século XXI.
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7. Libertem Angela Davis (Shola Lynch, EUA, 2014) A vida de uma das anticapitalistas mais importantes dos séculos XX e XXI, a militante Angela Davis, defensora dos direitos da população negra e das mulheres, é apresentada neste documentário que enfatiza o momento no qual ela passa a ser perseguida como terrorista pelo FBI, nos Estados Unidos. O documentário demonstra como que a militância em defesa da população negra (dentre as quais destaca-se Angela Davis) passou a ser encarada como inimiga pública e, portanto, fortemente atacada pela imprensa e pelas autoridades estadunidenses para tentar frear as lutas contra a opressão racista e misógina que vigora nos EUA até hoje
