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Menino de 8 anos escreve livro sobre rotina na quarentena

Coletânea de relatos será lançada na Fliquinha, o espaço infantil na Flica (Festa Literária Internacional de Cachoeira – Bahia), no ano que vem

Educação|Sofia Pilagallo, do R7*

Yalle Tárique encontrou na escrita uma forma de driblar o tédio e a angústia
Yalle Tárique encontrou na escrita uma forma de driblar o tédio e a angústia Yalle Tárique encontrou na escrita uma forma de driblar o tédio e a angústia

Yalle Tárique, 8 anos, de Salvador, na Bahia, encontrou uma forma um tanto inusitada, para sua idade, de driblar o tédio e a angústia provocados pelo isolamento social imposto pela pandemia da covid-19: escrever.

O que ele não esperava é que a coletânea de relatos – publicada em seu perfil na rede social Instagram, que hoje conta com mais de 1.400 seguidores – renderia o convite para a realização do livro "Diário de uma Quarentena – o dia a dia de uma criança na pandemia", a ser lançado na Fliquinha, o espaço infantil na Flica (Festa Literária Internacional de Cachoeira – Bahia), no ano que vem. "Foi algo que surgiu de repente", afirma. 

Tudo começou com uma carta que Yalle escreveu ao tio, na época infectado pela covid-19 e internado em estado grave. "Na carta, disse que ele iria vencer essa doença, e, realmente, foi isso que aconteceu."O menino, então, percebeu que as palavras tinham poder, e decidiu criar sua própria janela para o mundo.

Em seu primeiro post, ele desabafa sobre seus sentimentos e faz um apelo aos adultos: "Nós, crianças, estamos muito entediadas nessa quarentena, então ficamos agoniadas, nervosas, isso é normal. (...) Tenham paciência e evitem se exceder com os pequenos, mesmo que eles tirem vocês do sério."

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Primeiro desabafo de Yalle no Instagram
Primeiro desabafo de Yalle no Instagram Primeiro desabafo de Yalle no Instagram

A mãe de Yalle, Rebeca, se sentiu profundamente tocada pelo relato. "Naquele momento, pude perceber o quanto tudo estava sendo pesado para ele. Nós, adultos, pensamos que só a gente está percebendo o que está acontecendo, e acabamos negligenciando os sentimentos das crianças."

Em outro post, Yalle dá alento àqueles que, assim como ele, tiveram pessoas próximas infectadas pela covid-19. "Fiquem calmos, certo? E não se preocupem! Se cuidem e cumpram as regras de isolamento e higiene. Vamos nos preservar e preservar quem amamos, combinado?"

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O principal objetivo do garoto é ajudar pessoas de todas as idades a enfrentar esse momento tão difícil. "A mensagem que quero passar é a de que mesmo que pareça que a alegria tenha sumido, e o chão, desaparecido, tudo isso vai passar, e o mundo vai dar a volta por cima." E completa, em vídeo gravado exclusivamente para o R7: “você não está sozinho."

Para Rebeca, os adultos têm muito o que aprender com as crianças. "Muitas vezes, a gente acha que por conta da nossa idade, temos a receita pronta do bolo, e, de repente, Yalle vem me mostrando todos os dias o quanto ser mãe dele é aprender diariamente. Eu sou a mãe, mas o aprendizado constante é meu."

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Apesar de estar muito empolgado com a ideia do livro, que já se encontra em fase de revisão, Yalle não pretende ser escritor. "Meu sonho é ser médico. Sempre gostei de ajudar as pessoas. O coronavírus, claro, reforçou essa vontade. Se os médicos conseguirem controlar o vírus, nós vamos poder voltar ao normal." E empolgado, revela a primeira coisa que quer fazer quando tudo isso passar: "ir à praia e abraçar todo mundo."

*Estagiária do R7 sob supervisão de Karla Dunder

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