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Mortes por covid crescem 130% entre educadores, aponta estudo

Instituto Pólis usou como base números da Secretaria de Saúde via Lei de Acesso à Informação; aulas são retomadas nesta segunda (2)

Educação|Karla Dunder, do R7

Estudo mostra aumento de mortes por covid-19 entre profissionais da Educação
Estudo mostra aumento de mortes por covid-19 entre profissionais da Educação Estudo mostra aumento de mortes por covid-19 entre profissionais da Educação

No dia em que milhões de alunos retomam as aulas em São Paulo, o Instituto Pólis divulga um estudo que aponta um aumento de 130% de mortes entre os profissionais da Educação, entre 18 e 60 anos de idade, em relação ao ano passado.

O estudo foi realizado a partir de dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação e revela que entre 1º de março de 2020 e 26 de junho de 2021 foram registrados 756 óbitos destes profissionais, sendo que 57% (429) ocorreram nos primeiros seis meses de 2021 — 30% a mais do que todo o ano de 2020, quando houve 327 casos fatais. O levantamento mostra ainda alta de 130% dos óbitos compreende aos trabalhadores em atividade.

"Esse número assusta, observamos outras ocupações e a área da educação se destaca com o maior crescimento de mortes de um ano para o outro", explica a coordenadora geral do Instituto Pólis, Danielle Klintowitz. "Em 2020, as escolas estava fechadas, os números começam a aumentar a partir de março deste ano, justamente com a retomada das atividades presenciais."

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O Instituto utilizou como base para o estudo os números do SIM PRO-AIM (Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade), coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde da prefeitura de São Paulo, e do SIVEP (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe).

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A análise mostra que houve um salto de 89 mortes em 2020 para 208 em 2021. Foram 297 óbitos por covid-19 em todo o período analisado, o que corresponde a 39% dos óbitos de todos os profissionais de educação desde o início da pandemia.

"Neste ano, houve um aumento do número de professores que estão em atividade, mais jovens, com menos de 60 anos e que moram nas periferias", observa Danielle.

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De acordo com os pesquisadores, a volta parcial às aulas presenciais, liberadas na capital paulista nos últimos meses do ano passado e no primeiro semestre deste ano, tiveram impacto direto no setor.

Para Danielle, o ritmo de vacinação é menor que o da abertura da economia. "Entedemos que a volta às aulas é fundamental para os estudantes, mas as precauções não estão sendo tomadas da maneira devida e o risco cresce também para crianças e adolescentes."

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Mortalidade Infantil

O número de mortes por covid-19 entre crianças e adolescentes também preocupa os realizadores do estudo. Em 12 meses de pandemia, entre março de 2020 e março de 2021, a cidade de São Paulo registrou 34 óbitos a cada 1 milhão de crianças e adolescentes de 0 a 18 anos. Em comparação, a Inglaterra teve apenas duas mortes por milhão no mesmo período.

"Tivemos 40 vezes mais mortes de crianças em São Paulo do que em todo o Reino Unido e a volta de 100% dos alunos ao presencial nos preocupa demais, principalmente quando olhamos para as regiões periféricas, que sofrem com maior deficiência na vacinação."

Ao considerar todos os óbitos observados na capital paulista, em 15 meses de pandemia, a taxa cresce para 48 óbitos a cada 1 milhão. Vale ressaltar que a população entre 0 e 18 anos da Inglaterra é quatro vezes maior do que a da capital paulista.

Outra constatação do estudo é que as crianças mais vulneráveis à doença são as moradoras das áreas mais afastadas do centro da cidade, em que há grande parte da população negra e de menor renda.

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