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Professores driblam dificuldades e dão aulas por Whatsapp na Bahia

Em escola às margens do rio São Francisco, coordenadora conta quais são os desafios do ensino a distância para alunos da educação infantil 

Educação|Nayara Fernandes, do R7

Desde 18 de março, alunos da educação infantil no interior da Bahia têm aulas a distância
Desde 18 de março, alunos da educação infantil no interior da Bahia têm aulas a distância Desde 18 de março, alunos da educação infantil no interior da Bahia têm aulas a distância

“A necessidade chegou sem avisar. Tentamos ter muita empatia com o aluno enquanto renovamos nosso jeito de ensinar”. É assim que a coordenadora Suelen Dagmar dos Santos, de 34 anos, define o cronograma de atividades escolares que mantém via grupos de Whatsapp com 80 alunos da educação infantil no colégio Helder James Pereira Magalhães, localizado no município de Malhada, sudoeste da Bahia, nesse período de quarentena para o combate do coronavírus.

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Desde o dia 18 de março, a escola está sem aulas presenciais e a carga horária dos alunos reduzida em 25%. Os professores, no entanto, têm trabalhado a distância em tempo integral para atender tanto às dúvidas dos estudantes, quanto dos pais, que são responsáveis por ministrar as atividades, gravá-las e devolvê-las via celular.

A coordenadora Suelen Dagmar dos Santos com as alunas do ensino infantil do colégio Helder James Pereira Magalhães
A coordenadora Suelen Dagmar dos Santos com as alunas do ensino infantil do colégio Helder James Pereira Magalhães A coordenadora Suelen Dagmar dos Santos com as alunas do ensino infantil do colégio Helder James Pereira Magalhães

“Temos pais que só conseguem procurar o professor por whatsapp no fim de semana. A mãe sai para trabalhar na roça às 6h, então não pode estar com o filho naquele exato momento”, relata Suelen. Em Malhada, que tem cerca de 18 mil habitantes e fica à beira do Rio São Francisco, “todo mundo se conhece”. Segundo a coordenadora é esse senso de comunidade que a faz avaliar melhor as necessidades das famílias durante a quarentena.

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“Como ainda não temos nenhum caso de coronavírus na cidade, as pessoas banalizam muito a questão do isolamento social. Então, tentamos levar essa formação para a família toda”, explica a coordenadora. “O professor faz um planejamento semanal dentro do projeto que os coordenadores ofereceram: datas comemorativas, profissões essenciais e cuidados de higiene mínimos para as crianças. A ideia é que elas também sejam multiplicadoras na prevenção do coronavírus.”

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Os poucos moradores que não têm acesso à internet também não ficam de fora. Semanalmente, os professores levam blocos de atividade até as casas desses alunos.

“Criamos uma ficha para os professores fazerem um levantamento com o desempenho dos alunos: se eles entregam as atividades, de que forma estão chegando e que retorno estão tendo. Vamos parar, analisar e ver o que pode ser feito.”

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Além do desafio de catalogar as demandas dos alunos, a dinâmica das aulas e facilidade de compreensão do material também são desafios para se pensar a educação a distância.

“As aulas precisam ser dinâmicas ou a criança não vai se interessar. Todas as atividades que propomos são voltadas para a realidade do aluno, envolvendo convivência e oralidade. O material precisa ser acessível para todo mundo para que não pese nem para a criança nem para o pai", conclui.

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