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Empatados nas pesquisas, Agnelo e Rollemberg se atacam em debate desta segunda-feira

Na liderança das pesquisas, Arruda preferiu não participar do evento de hoje

Distrito Federal|Myrcia Hessen, do R7

Agnelo disse que Rollemberg não aprovou nada como senador e entrou no serviço público "pela janela"
Agnelo disse que Rollemberg não aprovou nada como senador e entrou no serviço público "pela janela" Agnelo disse que Rollemberg não aprovou nada como senador e entrou no serviço público "pela janela"

O debate eleitoral desta segunda-feira (8) entre os candidatos ao GDF (Governo do Distrito Federal) esquentou com os ataques entre o atual governador da cidade Agnelo Queiroz (PT) e Rodrigo Rollemberg (PSB). Logo no primeiro bloco, Agnelo afirmou que Rollemberg quis, no cargo de senador da república, retirar R$1,2 bilhões dos cofres do GDF. Segundo ele, se a proposta tivesse sido aprovada, hoje o Distrito Federal estaria “destruído”.

— Graças a Deus você não aprovou nada no Senado. Se tivesse conseguido mexer no fundo constitucional não conseguiríamos contratar ninguém para a saúde e segurança.

Rollemberg negou que tenha formalizado qualquer proposta para retirar parte do fundo constitucional do Governo do DF. Segundo ele, a ideia dele é usar esse dinheiro para cuidar do entorno, porque 15% dos trabalhadores do DF moram nessas cidades e é preciso melhorar a condição de vida dessas pessoas.

— Eu fico impressionado com a insensibilidade do Agnelo com essas pessoas. Se colocarmos recursos no entorno, vamos obrigar o Goias a fazer o mesmo. O que não dá é para que lá continue a ‘região do nem’: nem DF cuida, nem Goiás cuida, nem ninguém cuida.

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Em resposta, Agnelo disse que Rollemberg demonstra absoluto “desconhecimento” da causa.

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— Era melhor você [Rollemberg] ter sido candidato do Goiás, porque como governados, com uma proposta dessas, você destruía o DF.

A frase deixou Rollemberg visivelmente nervoso e, na tréplica, ele chegou a dizer que o “fracasso” de Agnelo nas pesquisas está “destruindo sua cabela”. Ele lembrou ainda que foi considerado um dos melhores parlamentares do Congresso Nacional com suas propostas, diferente de Agnelo que, segundo ele, “foi um parlamentar de baixo clero”.

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— Eu compreendo que tudo que for melhorar o entorno vai melhorar o Distrito Federal, era assim que pensava Juscelino Kubitschek.

Saúde

Já na sua vez de perguntar, Rodrigo Rollemberg tentou colocar Agnelo contra a parede questionando os motivos de o Distrito Federal ser a unidade com menor cobertura de atendimento primário na saúde. Segundo o candidato, apenas 20% da população é atendida. Agnelo negou a informação e garantiu que, ante de seu governo, o DF contava com apenas 7% de cobertura primária e hoje tem 30%.

— Nós tínhamos 78 equipes de saúde da família, hoje temos 259 equipes completas, com médicos e agentes comunitários. A atenção primária é feita pelo centro de saúde, 58% do atendimento no DF é de atenção primária.

Rollemberg rebateu dizendo que os dados não são dele e sim do Ministério da Saúde, que aponta que apenas 27% da população do DF tem atenção primária. Além disso, o candidato diz que o DF está em vigésimo lugar no ranking da pasta.

— Ainda essa semana uma paciente morreu por não ter possibilidade de fazer um exame em um aparelho que custa R$ 16 mil. Em quatro anos você não pode comprar um aparelho tão barato, Agnelo?

Para Agnelo, os assessores de Rodrigo Rollemberg o “prepararam muito mal”, já que não mostraram os 30 novos centros de saúde que garante ter entregue em seus quatro anos à frente do Distrito Federal.

— Hoje temos 65 centros de saúde. A irmã dessa mulher que morreu de câncer me mandou uma carta dizendo que recebeu todo medicamento e atendimento enquanto este com a doença e é isso que importa pra mim.

Concurso público

A discussão entre os dois candidatos recomeçou quando Agnelo Queiroz lembrou que Rodrigo Rollemberg “entrou no Senado pela janela”. Um dos jornalistas da revista Veja, que organizou o debate, apontou que em 1980 Rollemberg tinha apenas 21 anos, quase sem experiência e só dois anos depois se formou. Desta forma, o profissional questionou: ‘qual o critério da sua contratação?’.

— Eu, de fato, entrei em 1980 no Senado sem concurso. Milhares de pessoas ingressaram assim porque, nessa época, concurso não era obrigatório. Eu entrei como agente administrativo, uma função baixa e trabalhei bastante para crescer. Isso não me impede hoje de, como parlamentar, defender o concurso público, que foi um avanço nosso.

O candidato admitiu ainda que conseguiu o emprego por influência de seu pai, o ex-ministro e ex-deputado federal Armando Leite Rollemberg.

— Sem dúvida [houve influência de meu pai]. Como para muita gente, existiam muitas ofertas de emprego público. O primeiro concurso do Senado aconteceu em 1982, só ai foram definidos critérios. As sociedades evoluem, o País avançou e temos que continuar avançando.

Neste momento, Agnelo usou sem tempo para dizer que ficou “constrangido” com a resposta de Rollemberg.

— Entrar no serviço público por influência política é constrangedor, ele [Rollemberg] tem um discurso moderno, mas sua prática é antiga. Que moral eu teria para virar para estudantes, gente que rala e trabalha para passar em um concurso público e dizer que hoje eu estou quase aposentado com R$ 30 mil e não fiz concurso, ganhei o cargo?

Em resposta, Rollemberg disse não ter vergonha de seu passado e garante ficar feliz de ver que seus concorrentes tenham “vasculhado” sua vida e só tenha encontrado o fato de ele ser servidor do Senado Federal sem ter prestado concurso público.

Pesquisa

Na pesquisa Ibope, Agnelo aparece com apenas 16% das intenções de voto, empatado com o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) e atrás de José Roberto Arruda (PR), que lidera a corrida eleitoral com 37% dos votos, mas preferiu não participar do debate da revista Veja nesta segunda-feira.

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