A presidente Dilma Rousseff deu força neste sábado (16) a dois importantes partidos aliados ao empossar três novos ministros em uma reforma de gabinete realizada a 18 meses das eleições presidenciais.
O maior beneficiado foi o PMDB, que manteve o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e ganhou a cobiçada Secretaria de Aviação Civil, que tem status de Ministério, enquanto a pasta do Trabalho e Emprego permaneceu sob a gestão do PDT.
Wellington Moreira Franco, até agora secretário de Assuntos Estratégicos, substituiu na SAC Wagner Bittencourt, de perfil técnico e sem afiliação partidária; o deputado Antonio Andrade substituiu no Mapa seu correligionário Mendes Ribeiro Filho; e o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, assumiu o MTE no lugar de Brizola Neto.
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Dilma argumentou que a capacidade de estruturar coalizões é "crucial" em um país com as dimensões continentais e a diversidade política do Brasil.
— Não acho que este País pode ser dirigido sem essa visão de compartilhar e de coalizão.
A presidente agradeceu aos ministros que deixaram seus cargos pela dedicação e elogiou a capacidade dos recém nomeados, aos quais transmitiu um "convite ao trabalho" na segunda metade de seu mandato.
Dilma disse que seu objetivo é "transformar os ministérios em ministérios profissionais e meritocráticos". No entanto, dirigentes opositores classificaram as nomeações como uma tática eleitoreira para garantir o apoio dessas legendas nas eleições de 2014.
Os novos ministros, em declarações a jornalistas depois da cerimônia, concordaram ao afirmar que a reforma do gabinete reforçou o papel de seus partidos no Governo e contribuirá para estreitar as relações com o PT.
O PMDB, que com cinco pastas é o segundo partido com mais peso no Executivo, se viu reforçado ao trocar a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos pela SAC, que conta com um grande orçamento e que está encarregada da reforma dos aeroportos do País.
O partido também valorizou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no qual colocou Antonio Andrade, político de destaque em Minas Gerais que está em seu terceiro mandato de deputado federal e é também um importante empresário do setor agrícola.
Andrade substitui Mendes Ribeiro, que sai por motivos de saúde, já que ainda está em tratamento devido a um tumor cerebral extraído em 2011.
Essas duas trocas são fruto de negociações entre Dilma e o vice-presidente Michel Temer, do PMDB. Já a mudança no Ministério do Trabalho e Emprego se deveu a divisões internas no seio do PDT, partido no qual havia setores que não apoiavam Brizola Neto, amigo pessoal da presidente.
O novo titular da pasta, Manoel Dias, reconheceu que sua nomeação se deveu "à influência decisiva" do ex-ministro Carlos Lupi, presidente da legenda e que renunciou em 2011 desse mesmo cargo em meio a acusações de corrupção.