O principal advogado de defesa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na investigação sobre uma possível interferência da Rússia na eleição norte-americana de 2016, abandonou o caso. John Dowd fez o anúncio nesta quinta-feira (22), segundo a CNN.
Em uma nota enviada à emissora norte-americana, disse "adoro o presidente e lhe desejo tudo de bom".
Diferenças de opinião
Segundo informações, a decisão do afastamento de Dowd foi mútua, desejo tanto do presidente quanto do advogado. Fontes disseram que as diferenças de opinião deles sobre a condução do caso e como tratar o procurador-especial Robert Mueller foram decisivas.
Dowd defendia que Trump se apresentasse para depôr para Mueller no caso da inteferência russa na eleição e pedia ao presidente que evitasse criticar o procurador, algo que ele tem feito com frequência.
O advogado chegou a dizer, há algumas semanas, que a investigação deveria ter sido encerrada. O principal objetivo era evitar que Trump, em depoimento oficial, passasse alguma informação errada.
Tensão
Com a saída de Dowd, a pressão pública que Trump vem fazendo sobre Mueller tende a aumentar. Aliados do presidente, no entanto, já deram avisos para que ele não tente forçar a demissão do procurador, o que empurraria o país para uma grave crise política.
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Na quarta-feira, o escritório de Mueller enviou à Casa Branca a lista de quatro assuntos sobre os quais o procurador quer ter mais detalhes em sua investigação:
1. se Trump participou da elaboração de um comunicado com informações falsas a respeito da participação de Donald Trump Jr em uma reunião com representantes da Rússia no prédio de Trump em 2016
2. sobre a reunião com os representantes da Rússia em si
3. a demissão do ex-diretor do FBI, James Comey, por Trump, após ele se recusar a encerrar a investigação sobre a Rússia
4. a saída do ex-assessor de segurança da Casa Branca, Michael Flynn, que mentir ao negar que tinha relações comerciais com russos