Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Agência Internacional de Energia Nuclear se dirige a usina na Ucrânia

Tropas russas controlam a região costeira de Kherson, próxima a Zaporizhzhia, desde o início da guerra, em 24 de fevereiro

Internacional|Do R7

Equipe da Aiea irá visitar a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia
Equipe da Aiea irá visitar a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia Equipe da Aiea irá visitar a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia

Uma equipe da Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica) estava a caminho da central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia nesta segunda-feira (29), enquanto as tropas de Kiev iniciavam uma contraofensiva no sul do país para recuperar a cidade de Kherson.

Desde que começou a guerra, há seis meses, as tropas russas controlam a região costeira de Kherson e a capital de mesmo nome.

"Hoje houve ataques potentes de artilharia contra posições inimigas [...] no conjunto do território da província ocupada de Kherson. É o anúncio do que esperávamos desde a primavera [no hemisfério norte]: o início do fim da ocupação" desta área no sul da Ucrânia, disse na televisão Serhiy Khlan, deputado local e conselheiro do governador provincial.

O Ministério da Defesa russo informou, por sua vez, ter repelido os ataques nas regiões de Kherson e Mikolaiv e infligido "fortes perdas" às forças ucranianas.

Publicidade

A cidade de Kherson fica 200 km a sudoeste da usina nuclear de Zaporizhzhia — a maior da Europa —, que também é ocupada pelas tropas russas desde o começo de março.

Nesta segunda, o diretor-geral da Aiea, Rafael Grossi, informou no Twitter que uma missão de apoio e assistência da agência estava "a caminho" de Zaporizhzhia e que a equipe chegaria "esta semana".

Publicidade

Leia também

O organismo de controle nuclear da ONU pede há meses para visitar o local, advertindo para o "risco muito real de uma catástrofe nuclear".

As Nações Unidas pedem a suspensão de qualquer atividade militar na região em torno do complexo.

Publicidade

A Ucrânia temia inicialmente que a visita da Aiea legitimasse a ocupação russa do local, mas acabou finalmente por apoiar a ideia de uma missão.

"Chantagem radioativa"

Rússia e Ucrânia se atribuem mutuamente a responsabilidade pelos ataques em torno da usina de seis reatores nucleares, situada perto da cidade de Energodar, às margens do rio Dnipro.

As tropas russas "continuaram disparando contra Energodar e a usina nuclear de Zaporizhzhia" no último domingo (28), ferindo dez pessoas, entre elas quatro trabalhadores da central, informou nesta segunda a agência nuclear ucraniana Energoatom, que alerta para o risco de um vazamento radioativo.

Agência nuclear ucraniana alerta para o risco de um vazamento radioativo em Zaporizhzhia
Agência nuclear ucraniana alerta para o risco de um vazamento radioativo em Zaporizhzhia Agência nuclear ucraniana alerta para o risco de um vazamento radioativo em Zaporizhzhia

O Ministério da Defesa russo acusou no domingo as tropas ucranianas de bombardearem as imediações da usina, afirmando ter derrubado um "drone de ataque ucraniano" que se aproximava de uma área de armazenamento de combustível nuclear e resíduos radioativos.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, pediu à comunidade internacional para "pressionar" as forças ucranianas a reduzirem a tensão no entorno da usina e "pararem de pôr em risco o continente europeu bombardeando" a área da instalação.

Peskov disse que a Rússia considerava a visita da Aiea "necessária" e que levava "muito tempo esperando esta missão", insistindo em que garantiria sua segurança diante dos riscos "constantes".

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, pediu nesta segunda sanções contra a agência estatal russa de energia nuclear Rosatom pela ocupação da central.

"Não é normal que não haja sanções contra a Rosatom por sua chantagem radioativa na central nucelar de Zaporizhzhia", disse.

"Os russos são os únicos terroristas do mundo que conseguiram transformar uma central nuclear em um campo de batalha", assegurou.

"A ameaça é total"

A Energoatom informou nesta segunda que os russos tinham "aumentado a pressão sobre o pessoal da usina para evitar que fossem reveladas [à Aiea] as provas dos crimes dos ocupantes na usina e seu como como base militar".

Os países industrializados do G7 exigiram, por sua vez, o livre acesso da equipe da Aiea para "se relacionar diretamente e sem interferências com o pessoal ucraniano responsável pelo funcionamento destas instalações".

A Ucrânia foi palco da pior catástrofe nuclear do mundo, em 1986, quando um reator da usina de Chernobyl, no norte do país, explodiu e liberou radiação na atmosfera.

Acidente em Chernobyl foi a pior catástrofe nuclear do mundo
Acidente em Chernobyl foi a pior catástrofe nuclear do mundo Acidente em Chernobyl foi a pior catástrofe nuclear do mundo

A Energoatom advertiu nesta segunda que um vazamento propagaria a radiação para áreas do sul da Ucrânia e regiões do sudoeste da Rússia.

Os Estados Unidos instaram nesta segunda o fechamento total da usina e voltaram a pedir a criação de uma zona desmilitarizada ao redor da instalação.

Por outro lado, os investigadores russos informaram que um ex-deputado ucraniano antigamente pró-Zelensky, Alexei Kovalev, que tinha se unido à administração local, apoiada por Moscou em Kherson, tinha sido morto a tiros em sua casa no domingo.

A Prefeitura de Zaporizhzhia disse ter distribuído desde 23 de agosto comprimidos de iodo aos moradores em um raio de 50 km ao redor da central, conforme as instruções do Ministério da Saúde, embora tenha informado que só deviam ser usados em caso de alerta radioativo.

Enquanto isso, os moradores se preparavam para o pior. "Sabe, vivemos o acidente de Chernobyl, a ameaça era muito grande, mas sobrevivemos, graças a Deus. Hoje, a ameaça é total, de 100%", disse Katerina, uma aposentada.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.