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Após França apresentar novas provas de ataque químico, Assad ameaça o Ocidente

O presidente sírio alertou novamente sobre possível guerra regional se EUA atacar o país

Internacional|Do R7, com AFP

EUA estimou que 1.429 pessoas, incluindo 426 crianças, morreram no ataque químico
EUA estimou que 1.429 pessoas, incluindo 426 crianças, morreram no ataque químico EUA estimou que 1.429 pessoas, incluindo 426 crianças, morreram no ataque químico

A França divulgou na última segunda-feira (2) provas da responsabilidade do que, segundo ela, foi um ataque com armas químicas do regime sírio em 21 de agosto, enquanto o presidente Bashar al Assad alertou para o risco de uma "guerra regional".

O presidente francês, François Hollande, "mantém seu trabalho de persuasão para formar dentro dos melhores prazos (esta) coalizão", declarou o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, depois dos recuos americano e britânico.

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"Não há chance de a França agir sozinha", insistiu, confirmando que um debate será realizado no Parlamento na quarta-feira (28) "sem votação", contrariamente aos procedimentos nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.

O presidente Assad alertou novamente o Ocidente para as consequências de um ataque contra o seu regime.

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"O Oriente Médio é um barril de pólvora e o fogo se aproxima hoje", disse o líder sírio ao jornal Le Figaro, em uma rara entrevista concedida a um veículo da imprensa ocidental.

"O risco de uma guerra regional existe", acrescentou, ameaçando Paris com "repercussões negativas (...) sobre os interesses da França" em caso de ataque.

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Paris divulgou na internet uma "nota nacional de inteligência", segundo a qual, "no dia 21 de agosto de 2013 o regime sírio lançou um ataque em alguns bairros do subúrbio de Damasco em poder de unidades da oposição, associando meios convencionais e o uso massivo de agentes químicos".

"O ataque de 21 de agosto pode ter sido ordenado e praticado apenas pelo regime", acrescenta o governo nesse relatório, que cita "o uso massivo e coordenado de agentes químicos contra a população civil".

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Uma operação como essa requer "um nível de sofisticação que pertence unicamente ao regime", indicou uma fonte do governo francês, ressaltando que o ataque químico tinha sido efetuado a partir de zonas "mantidas pelo regime" contra áreas "totalmente em poder dos rebeldes".

"Com base em uma análise metódica de 47 vídeos originais dos eventos de 21 de agosto(...) foram registradas pelo menos 281 mortes", segundo a nota de síntese nacional de inteligência.

Embora o governo francês não descarte que o registro seja superior, essa avaliação é bem inferior à apresentada pelos Estados Unidos, que haviam estimado na sexta-feira (30) em 1.429 mortos, incluindo 426 crianças, o registro desse ataque.

Washington e Paris tentam convencer sua opinião pública da necessidade de atacar o regime sírio.

Guerra de palavras e advertências

O presidente americano, Barack Obama, multiplicou os contatos com membros da Câmara de Representantes e do Senado para tentar convencer a classe política.

O Congresso deve se pronunciar sobre uma intervenção na Síria a partir do fim do recesso parlamentar, no dia 9 de setembro.

O secretário de Estado, John Kerry, afirmou que os Estados Unidos tinham recebido e analisado amostras provando a utilização de gás sarín no ataque de 21 de agosto, que o governo americano atribuiu ao regime de Damas.

Em Bruxelas, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, seguiu o mesmo caminho, dizendo-se "convencido de que não apenas um ataque químico ocorreu (...), mas que o regime sírio é responsável".

Ele disse ter tido acesso a informações "concretas" confidenciais de países membros da Aliança.

A Liga Árabe reunida domingo (1º) no Cairo havia pedido que a comunidade internacional tomasse as medidas de "dissuasão" necessárias contra o regime sírio, que ela considera que "tem a responsabilidade" pelo "crime odioso" do ataque químico de 21 de agosto.

Enquanto isso, os grandes aliados do regime de Damasco organizam sua oposição.

No Líbano, os combatentes do Hezbollah, aliado do regime sírio, se distribuíram em posições mantida em segredo, diante de um eventual ataque contra a Síria, indicaram testemunhas nesta segunda-feira.

A três dias da cúpula do G20 de São Petersburgo - durante a qual nenhum encontro está previsto entre Vladimir Putin e Barack Obama — a Rússia reiterou a sua oposição a um ataque contra o aliado sírio.

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, afirmou nesta segunda-feira que uma intervenção contra Damasco pode "adiar por muito tempo, ou para nunca, as perspectivas" de uma conferência de paz por uma solução para o conflito sírio, que já deixou mais de 110 mil mortos.

A Rússia enviou um navio de reconhecimento e de vigilância eletrônica para a costa síria no Mediterrâneo Oriental, enquanto a China se declarou nesta segunda "fortemente preocupada" com a eventualidade de "ações militares unilaterais" contra o regime de Damasco.

Um porta-aviões americano mobilizado há vários meses no Mar de Omã se desloca em direção à Síria, pelo Mar Vermelho, indicou a rede de televisão ABC News.

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