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Brasileiro condenado por terrorismo é ex-camareiro de origem simples

Sentenciado à prisão na Espanha, o goiano Kaike Guimarães se converteu ao islamismo na juventude; ele pretendia ir à Síria para se alistar no Daesh

Internacional|Ana Luísa Vieira, do R7, com agências internacionais

Preso por terrorismo é natural de Formosa, em Goiás
Preso por terrorismo é natural de Formosa, em Goiás Preso por terrorismo é natural de Formosa, em Goiás

O brasileiro Kaike Luan Ribeiro Guimarães, condenado a até 12 anos de prisão na última quarta-feira (11) por fazer parte de uma célula terrorista na Espanha, é um jovem de origem simples sem raízes muçulmanas.

Natural de Formosa (GO), que conta com pouco mais de 100 mil habitantes, Kaike, hoje com 22 anos, vivia há pouco menos de uma década em Monistrol de Montserrat, município da província de Barcelona.

Segundo o jornal El Español, o jovem cresceu em uma família cristã evangélica, mas se converteu ao islamismo na Associação Cultural Muçulmana de Terrassa — no subúrbio de Barcelona — pouco antes de ser preso, em dezembro de 2014.

À ocasião de sua detenção, Kaike estava na fronteira da Bulgária com a Turquia ao lado de dois marroquinos. A polícia — que investigava o grupo desde junho de 2014 — acredita que os rapazes iam à Síria para se alistar na organização radical Daesh (também conhecida como Estado Islâmico). 

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Para a família, o jovem brasileiro tinha dito que passaria férias na ilha mediterrânea de Maiorca. Desde 2015, ele esperava seu julgamento no Centro Penitenciário Madrid 5, em Soto del Real.

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Em entrevista ao El Español, o presidente da mesquita onde Kaike se converteu, Amin Baghar, afirmou acreditar que o jovem se tornara extremista por dinheiro. “Os captadores jihadistas identificam os mais necessitados, fazem uma lavagem cerebral e lhes oferecem dinheiro para irem à frente de batalha. Quantias que chegam a 2 mil ou 3 mil euros mensais”, disse Baghar.

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Sem antecedentes criminais — diferentemente dos outros com quem estava quando foi detido —, Kaike teve uma curta carreira como camareiro, segundo o jornal.

Entre os mais próximos de Kaike, de acordo com o El Español, corre a versão de que o brasileiro se converteu por estar apaixonado por uma garota marroquina.

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Após a conversão, ele teria adotado o nome de Hakim e passado a se relacionar de perto com membros da organização extremista conhecida como ‘Fraternidade Islâmica’. Tanto é que, embora morasse em Monistrol de Montserrat, passava a maior parte do tempo em Terrassa — cidade a pouco mais de 20 km de distância onde viviam outros insurgentes jihadistas da célula.

Ataques a Barcelona

Junto de Kaike, foram condenados outros nove cidadãos por envolvimento com o terrorismo. 

Entre os réus estão quatro espanhóis e quatro marroquinos. A nacionalidade da 10ª pessoa do grupo não foi revelada pelas autoridades.

Os homens da célula jihadista teriam entre 22 e 48 anos e planejavam realizar atentados terroristas em pontos turísticos de Barcelona. Além disso, o grupo tramava sequestrar uma pessoa e filmar a execução dela.

Autoridades brasileiras

Em nota enviada ao R7, o Itamaraty afirma que o Consulado-Geral do Brasil em Madri acompanha o caso do brasileiro desde a sua detenção em 2014.

"Agentes consulares brasileiros realizaram visitas aos estabelecimentos prisionais em que o brasileiro se encontrou detido, prestando-lhe assistência, verificando seu estado de saúde e mantendo contato com sua família. Kaique Guimarães contou com advogado particular constituído desde o início de seu processo", disse o Itamaraty em resposta ao R7.

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