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Comunidade internacional pede que Burundi respeite Acordos de Arusha

Internacional|

Bujumbura, 12 ago (EFE).- Uma equipe de enviados internacionais pediu nesta quarta-feira ao Conselho Nacional para a Defesa da Democracia (CNDD-FDD), partido que está no governo no Burundi, que respeite os Acordos de Arusha depois de a Assembleia Nacional ter eliminado as cotas que garantem o equilíbrio étnico e de gênero dentro da Câmara. Os Acordos de Arusha foram assinados em 2000 e puseram fim a uma guerra civil que deixou centenas de milhares de mortos graças a uma distribuição de poder entre as duas etnias majoritárias, os hutu e os tutsi, embora só cinco anos depois todos os adversários tenham se somado ao pacto. Segundo os negociadores, o descumprimento dos Acordos de Arusha pode romper o frágil equilíbrio que existia até o momento, e pediram ao presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, que respeite as disposições estabelecidas. Os enviados especiais fizeram um pedido para que a comunidade internacional apoie a União Africana e os outros fiadores dos Acordos de Arusha para restaurar o diálogo após eleições presidenciais muito criticadas pela oposição. A equipe de enviados especiais é composta pelo secretário-geral das Nações Unidas para a Região dos Grandes Lagos, Said Djinnit; o enviado especial da União Africana, M. Ibrahima Fall; os enviados especiais dos Estados Unidos, da União Europeia e da Bélgica, Thomas Perriello, Koen Vervaeke e Frank De Coninck. A nova tentativa da comunidade internacional de encontrar uma solução para o Burundi foi feita após duas semanas de tensão pós-eleitoral, em que houve ataques contra jornalistas e defensores dos direitos humanos, mas também contra membros do partido governante. Após uma eleição que a comunidade internacional não considerou críveis, Nkurunziza se afiançou na presidência do país excedendo, além disso, o número de mandatos previstos na Constituição burundinesa, de no máximo de dois. A eleição presidencial aconteceu em meio a uma grande tensão pela onda de violência surgida depois de Nkurunziza anunciar sua intenção de tentar a reeleição, contra a oposição e as potências regionais e estrangeiras. As revoltas populares que começaram no final de abril para protestar contra os planos de Nkurunziza de se perpetuar no poder custaram a vida de mais de 80 pessoas, e inclusive houve uma tentativa de golpe de estado em meados de maio. Mais de 160 mil pessoas fugiram do Burundi por medo da repressão política e buscaram refúgio em Ruanda, Tanzânia e na República Democrática do Congo, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). EFE em/cd

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