O novo ministro das Relações Exteriores é o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, de 57 anos. Ele vai substituir o ex-chanceler Antonio de Aguiar Patriota, que pediu demissão nesta segunda-feira (26).
Diplomata de carreira, Figueiredo Machado foi o negociador-chefe da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano passado, no Rio de Janeiro. Na ocasião, ele se destacou pela habilidade e conquistou a confiança da presidente Dilma Rousseff pela disposição em negociar pacientemente com os que resistiam a acordos na Rio+20.
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De personalidade introspectiva, Figueiredo Machado é contido nas palavras e é apontado como um estrategista.
Acostumado a longas negociações, o novo chanceler não costuma demonstrar cansaço, nem impaciência. Ele e Dilma se conheceram na Conferência das Partes (COP), na Dinamarca, quando a presidente ainda estava na Casa Civil.
Figueiredo Machado tem uma longa trajetória com negociações multilaterais e bilaterais referentes não só às questões ambientais, como também à área de energia. Na Rio+20, ele chamou a atenção pelo bom humor, mesmo diante de perguntas embaraçosas e repetitivas.
Após a Rio+20, Figueiredo Machado foi nomeado representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU). A nomeação para a ONU é considerada, entre os diplomatas, valorização do profissional, pois a entidade é o principal órgão internacional de negociações multilaterais.
A ONU também obriga os representantes das delegações dos diversos países a travar acordos bilaterais e específicos. Assuntos como paz, segurança e meio ambiente são apenas alguns dos vários colocados em debates constantes no órgão.
A sede em Nova York engloba a presidência da ONU, a Secretaria-Geral e o Conselho de Segurança. Porém, há ainda espaços de discussão e definições em Viena (Áustria), Genebra (Suíça), Nairóbi (Quênia) e Haia (Países Baixos).
Figueiredo recebeu, em 2011, a Grã-Cruz da Ordem do Rio Branco em virtude aos seus serviços no Itamaraty.
A diplomacia brasileira costuma ser elogiada por se caracterizar pela construção de consensos, pelo fim das polarizações e pela manutenção constante de diálogos e acordos. Nos últimos anos, as questões relativas à defesa de direitos humanos ganharam mais força para a delegação brasileira, que ressalta a importância de preservação, manutenção e defesa desses princípios.