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Diretor de Comunicação do governo afegão é assassinado em Cabul

O Talibã assumiu a autoria do atentado, que ocorreu durante a oração matinal nesta sexta-feira, na capital do Afeganistão

Internacional|Do R7

Policiais montam guarda diante de ministério em Cabul após atentado dos talibãs
Policiais montam guarda diante de ministério em Cabul após atentado dos talibãs Policiais montam guarda diante de ministério em Cabul após atentado dos talibãs

O chefe do Serviço de Comunicação do governo afegão, Dawa Khan Menapal, foi assassinado durante a oração desta sexta-feira (6), em Cabul, anunciou o Ministério do Interior. O homicídio de uma das principais vozes do governo acontece depois de mais um dia de intensos combates no Afeganistão, onde a guerra atinge Cabul pela primeira vez em meses.

Leia também: Governo afegão e talibãs estão muito longe de acordo de paz

Também acontece horas antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, para abordar este conflito.

"Infelizmente, os brutais e selvagens terroristas cometeram um novo ato covarde e mataram um patriota afegão que resistia à propaganda inimiga (...), Dawa Khan Menapal, durante a oração de sexta-feira" na capital, declarou o porta-voz do Ministério, Mirwais Stanikzai, em mensagem enviada à imprensa pelo aplicativo WhatsApp.

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O jornalista Dawa Khan Menapal era popular na pequena comunidade de imprensa de Cabul, conhecido por ridicularizar os talibãs nas redes sociais. Antes do atual cargo, havia sido porta-voz adjunto do presidente afegão, Ashraf Ghani.

O ex-porta-voz da presidência Sediq Sediqqi disse estar "profundamente impactado e arrasado".

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"Perdemos outra grande alma", afirmou.

Os talibãs assumiram o assassinato.

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Autoria dos talibãs

"Há alguns minutos, o chefe do centro de imprensa e informação do governo de Cabul foi assassinado em um ataque especial realizado pelos mujahedines", confirmou seu porta-voz, Zabihullah Mujahid, pelo mesmo aplicativo de mensagens.

Na quarta-feira (4), os insurgentes haviam prometido lançar novas operações de represália contra membros do alto escalão do governo.

Esta ameaça foi feita logo após de assumirem a autoria do ataque cometido na terça, também em Cabul, contra a residência do ministro da Defesa, general Bismillah Mohammadi. A ofensiva deixou pelo menos oito mortos, mas o ministro saiu ileso.

Nos últimos dias, as forças afegãs e do Exército americano lançaram vários ataques aéreos no território, na tentativa de conter o avanço dos talibãs em vários centros urbanos importantes.

Os talibãs já assumiram o controle de amplas áreas rurais e de importantes postos fronteiriços nos últimos meses, em uma ofensiva lançada após o início da retirada das forças militares estrangeiras até então estacionadas no país. A saída dessas tropas deve ser concluída até 31 de agosto.

Depois de encontrarem pouca resistência nas zonas rurais, há vários dias os talibãs dirigem suas ofensivas contra grandes centros urbanos, sitiando várias capitais de província.

- "Não temos mais nada" -

O governo continua mobilizando suas forças aéreas contra as posições talibãs. Nesta sexta, o ministro da Defesa garantiu que mais de 400 insurgentes foram "eliminados" nas últimas 24 horas.

Ambos os lados costumam exagerar nas baixas sofridas em batalha, divulgando balanços quase impossíveis de serem verificados de forma independente.

Embora afirme estar causando danos importantes aos talibãs, o Exército continuará a evacuar a população das capitais provinciais, nas quais seus adversários já entraram.

Centenas de milhares de civis foram forçados a fugir nas últimas semanas.

Nas redes sociais, inúmeros vídeos mostram os estragos dos combates na cidade de Lashkar Gah (sul). Entre as imagens, vê uma importante área comercial em chamas.

Em um comunicado, o grupo humanitário Ação contra a Fome disse que seus escritórios foram atingidos por um "ataque aéreo" nesta cidade, esta semana, apesar de seu telhado estar sinalizado como sendo de uma ONG.

Na cidade de Herat, no oeste do país, um fluxo contínuo de moradores deixa suas casas, antecipando-se a um eventual ataque do governo às posições controladas pelos talibãs.

"Fomos todos embora", contou Ahmad Zia, que morava na parte oeste da terceira maior cidade do Afeganistão.

"Não temos mais nada e não sabemos para onde ir", desabafou na entrevista à AFP.

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