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Dissidentes cubanos são presos antes do protesto desta segunda

A capital, Havana, tem policiais em patrulha e à paisana espalhados pela orla e pelo centro, para evitar novas manifestações

Internacional|Do R7, com AFP

Patrulhas policiais foram espalhadas pelo centro de Havana
Patrulhas policiais foram espalhadas pelo centro de Havana Patrulhas policiais foram espalhadas pelo centro de Havana

Vários dissidentes cubanos foram presos nesta segunda-feira (15) pouco antes do horário de uma manifestação convocada pela oposição, apesar da proibição do governo de Cuba, que afirma que a paz reina nas ruas.

Manuel Cuesta Morua, de 58 anos, vice-presidente do Conselho para a Transição Democrática, "foi detido pelas forças de segurança do governo por volta das 13h [15h no horário de Brasília] quando saía de casa", em Havana, disse à AFP sua esposa, Nairobi Scheri.

Depois de ter sido detido por algumas horas em setembro, Cuesta Morua disse na ocasião que foi ameaçado por ter convocado a manifestação desta segunda.

A líder do movimento dissidente Damas de Branco, Berta Soler, e seu marido, o ex-preso político Ángelo Moya, também foram detidos, de acordo com um anúncio publicado no Twitter pela dissidente Martha Beatriz Roque.

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Outro dissidente, Guillermo Fariñas, foi preso ainda na última sexta-feira.

Muitos opositores, promotores da manifestação e jornalistas independentes denunciaram nos últimos dias nas redes sociais que foram confinados em suas casas por agentes de segurança do governo cubano.

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Vários deles disseram ter sido vítimas de atos de repúdio, manifestações de partidários do governo usadas há anos para intimidar os dissidentes. Também denunciaram o corte do acesso à internet.

Ao longo do emblemático calçadão costeiro da capital cubana, foram posicionados grupos de três policiais em quase todas as esquinas, especialmente no trecho próximo ao centro da cidade. Enquanto isso, agentes de segurança à paisana também estavam em praças e parques, constatou a reportagem da AFP.

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Apesar da proibição, o grupo de debate político Archipiélago, que conta com 37 mil membros dentro e fora de Cuba no Facebook, manteve a convocação para os protestos em Havana e seis províncias a partir das 15h (18h no horário de Brasília) para exigir a liberdade dos presos políticos.

"Campanha contra Cuba"

O chamado acontece quatro meses depois das manifestações de 11 de julho, que deixaram um morto, dezenas de feridos e 1.270 pessoas detidas, das quais 658 seguem na prisão, de acordo com a ONG de oposição Cubalex.

Os manifestantes foram orientados a se vestir de branco e, no caso de não poderem sair, pendurar lençóis brancos nas sacadas.

O governo acusou a oposição de "sabotar" seus esforços para celebrar o retorno à normalidade após meses de restrições de atividades em escolas e outros estabelecimentos do país por causa da pandemia da Covid-19.

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"Neste 15 de novembro, Cuba amanhece com mais de 700 mil alunos nas escolas, recebendo amigos, familiares e turistas, reativando as atividades produtivas, diminuindo os casos de Covid", disse o presidente Miguel Díaz-Canel no Twitter.

O mandatário denunciou no domingo atos que, segundo ele, serviriam para "subverter a ordem interna" e "campanhas midiáticas contra Cuba", prometendo que a ilha vai "viver em paz". Nesta segunda, vários funcionários postaram nas redes sociais fotos das ruas, assegurando que reina a calma.

A ilha vive sua pior crise econômica em quase 30 anos, com uma grave escassez de alimentos e medicamentos, assim como um crescente descontentamento social. Os confrontos entre defensores e críticos do governo estão em seu nível mais alto.

As autoridades acusam os organizadores dos protestos de ser agentes financiados pelos Estados Unidos para provocar uma troca de regime. Por esse motivo, as manifestações foram proibidas e seus incentivadores, ameaçados com sanções penais.

Um dos sinais de alerta foi dado quando sentenças de até 30 anos de prisão foram pedidas para alguns dos manifestantes presos pelo 11 de Julho, segundo meios de comunicação independentes.

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