CAIRO, 9 Fev (Reuters) - O Egito acusou a Irmandade Muçulmana de criar uma ala militar para atacar as forças de segurança do governo, uma medida que poderá aumentar a pressão sobre o grupo que já enfrenta uma forte repressão.
O porta-voz do Ministério do Interior apareceu na televisão para anunciar que a unidade militar tinha sido descoberta e nomeou 12 pessoas que, segundo ele, eram membros do grupo.
Ele disse que o grupo tinha matado cinco policiais no mês passado na província de Beni Suef.
Autoridades egípcias têm reprimido firmemente a Irmandade desde que o chefe do Exército, marechal Abdel Fattah al-Sisi, derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi, em julho.
A Irmandade Muçulmana, que diz ser contra a violência, acusa Sisi de encenar um golpe de Estado e minar a democracia. Foi classificada como um grupo terrorista, e as forças de segurança mataram cerca de 1.000 de seus membros nas ruas do país.
A televisão estatal levou ao ar o que disse ser uma confissão de um dos membros da ala militar da Irmandade. Ele lembrou ter encontrado um homem que, de acordo com ele, se ofereceu para ensinar ele e outros a usar armas.
Grupos de direitos humanos acusam o governo apoiado pelo Exército de cometer abusos generalizados e de sufocar a dissidência.