O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou hoje (15) dois indivíduos que seriam agentes secretos russos e dois hackers pela violação de 500 milhões de contas de e-mail do servidor do Yahoo em 2014.
De acordo com o jornal The Washington Post, trata-se da primeira acusação formal contra supostos membros do governo da Rússia. Os espiões, que trabalhariam para a FSB (Serviço de Segurança Federal, na sigla em inglês), serão acusados pelos crimes de hacking, fraude virtual, roubo de segredos industriais e espionagem econômica.
O vazamento de dados do Yahoo ocorreu em 2014. Ao menos 500 milhões de usuários tiveram seus nomes, endereços de e-mail e perguntas de segurança violadados e expostos.
Este processo judicial se tornou o maior caso de hacking nos Estados Unidos e agora as autoridades avaliam os próximos passos, já que Washington não tem nenhum tratado de extradição com Moscou.
O processos, porém, não têm relação com a invasão nos computadores do comitê do Partido Democrata durante a campanha eleitoral de Hillary Clinton à Presidência em 2016, crime que o FBI afirma possuir indícios de participação russa também.
Resposta russa
Nesta quinta, o Kremlim afirmou que o serviço de espionagem russo FSB não teve envolvimento em qualquer atividade cibernética ilegal, um dia após os Estados Unidos indiciar os dois agentes de inteligência russos, além de outras duas pessoas, pela invasão de 500 milhões de contas do Yahoo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia não recebeu qualquer informação oficial sobre as denúncias, e que soube do caso apenas por reportagens da mídia. Ele disse a repórteres, em uma teleconferência, que Moscou espera receber informações oficias sobre o caso.
— Temos dito repetidamente que não pode haver qualquer discussão sobre qualquer envolvimento de qualquer agente russo, incluindo do FSB (Serviço de Segurança Federal), em qualquer atividade cibernética ilegal.
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