FBI não viu envolvimento de antifascistas em violência nos EUA
Segundo relatório sigiloso obtido pelo site The Nation, o órgão de inteligência não encontrou ligações de grupos 'antifa' com protestos violentos
Internacional|Do R7

O FBI, principal órgão de inteligência doméstica dos EUA, não encontrou ligações de grupos antifascistas — os chamados "antifas" — com atos violentos ocorridos nos protestos contra o racismo no país no último domingo (31). Naquele dia, o presidente Donald Trump ameaçou denominar os grupos como organizações terroristas.
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A informação foi divulgada pelo repórter Ken Klippenstein, do site The Nation, que obteve com exclusividade um relatório sigiloso do escritório regional do FBI em Washington, capital dos EUA. O material foi entregue por um agente, que não foi identificado.
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No documento, o órgão indica que "não há elementos de inteligência que indiquem envolvimento/presença antifa" nos eventos violentos de 31 de maio. A conclusão foi tirada combinando informações entregues por informantes, monitoramento de redes e outras fontes.
Extremistas infiltrados
Além disso, o FBI também investiga a presença de elementos de grupos da extrema-direita em meio aos protestos e alerta que um grupo em particular, que não teve o nome divulgado para preservar investigações, "clamava que provocadores da extrema-direita atacassem agentes federais e usassem armas automáticas contra os manifestantes".
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O documento lista também que, entre atos violentos registrados no domingo, como tijolos jogados contra policiais e uma mochila cheia de querosene encontrada próxima a um transformador de energia, não havia nada que indicasse envolvimento de antifascistas.
A própria ameaça de Trump de designar grupos antifas como organizações terroristas contém problemas legais. Os grupos são organizados localmente e não têm uma liderança centralizada. Além disso, o governo não tem poder para designar um grupo local como terrorista, apenas organizações estrangeiras.
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