A Finlândia tomou a decisão de se candidatar à adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), anunciaram oficialmente o presidente finlandês Sauli Niinistö e a primeira-ministra do país nórdico, Sanna Marin, neste domingo (15). A medida é uma consequência direta da invasão russa da Ucrânia, que completa 81 dias neste domingo.
A decisão também contribui para que a Otan, aliança militar formada em 1949 com o objetivo de defender os países-membros, composta de países do Ocidente e liderada pelos Estados Unidos, amplie seu território nos arredores da Rússia.
O chefe de Estado e um comitê de política externa "decidiram conjuntamente que a Finlândia vai se candidatar à adesão à Otan". "É um dia histórico. Uma nova era está começando", disse o presidente finlandês em entrevista coletiva.
O Parlamento da Finlândia deve examinar o projeto de lei de adesão nesta segunda-feira (16), mas estima-se que uma grande maioria apoie a iniciativa.
A Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.300 km com a Rússia, permaneceu como um país não alinhado durante 75 anos.
Mas, depois que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia em fevereiro, o consenso político e a opinião pública se inclinaram a favor da adesão à Otan.
O presidente finlandês e a primeira-ministra Sanna Marin anunciaram na quinta-feira (12) que eram favoráveis a uma adesão "sem demora" à Aliança Atlântica.
Neste sábado (14), o presidente finlandês ligou para o colega russo Vladimir Putin para comunicar que o país solicitaria a adesão de maneira iminente.
Moscou advertiu, em várias ocasiões, das consequências de Helsinque aderir à Otan.
Desde 2007, a Rússia exige do Ocidente que não aumente os territórios da Otan. O chanceler russo Serguei Lavrov afirmou neste ano que o pedido do país parece um “diálogo de surdos”, em alusão ao constante expansionismo da Aliança Militar.
Nas próximas semanas, a Suécia também pode seguir o passo da Finlândia e anunciar o desejo de entrar na Aliança.