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Caso Snowden joga lenha na fogueira de disputas entre EUA e Rússia

Internacional|Do R7

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O anúncio da partida do fugitivo internacional e ex-analista da inteligência americana, Edward Snowden, de Hong Kong para Moscou foi a fagulha para o clima esquentar entre as duas maiores potências atômicas do mundo: EUA e Rússia.  A nação liderada por Vladimir Putin, cujas relações com os Estados Unidos voltaram a estremecer há pouco tempo, disse na ocasião que não iria extraditar o ex-espião responsável pelo vazamento de informações confidenciais.  O governo americano protestou contra a atitude dos russos e, agora, ameaça utilizar sanções para responder à divergência diplomática. De acordo com as autoridades de Moscou, o país não teria o direito de deter nem deportar Snowden "na medida em que [ele] não cruzou a fronteira russa", em uma referência à presença do jovem americano na zona de trânsito do aeroporto da capital.  Relembre as principais disputas recentes envolvendo Obama e Putin
O clima de tensão entre EUA e Rússia não é recente. Durante a Guerra Fria, os dois países frequentemente trocavam ameaças e quase entraram em um conflito armado direto, o que na ocasião poderia provocar um combate nuclear. Depois que foram identificadas as causas do atentado na Maratona de Boston, que matou três pessoas em abril deste ano, muitos especialistas cogitaram uma nova aproximação entre EUA e Rússia. Na ocasião, foi provada a ligação entre os autores do ato terrorista com movimentos separatistas radicais islâmicos do cáucaso russo. Por isso, ambos governos se mostraram dispostos a dar início a uma nova fase diplomática menos beligerante. Mas o caso Snowden jogou um balde de água gelada naqueles que acreditavam que Rússia e EUA poderiam concordar politicamente
Armas nucleares  O presidente Barack Obama pediu recentemente à Rússia que aceite reduzir em um terço suas armas nucleares, além de limitar as armas atômicas estratégicas. Em um discurso em Berlim, ele afirmou: — São passos que podemos dar para criar um mundo de paz e justiça. Durante seu primeiro mandato, Obama conseguiu assinar um novo Tratado START (Tratado de Redução de Armas Estratégicas) com Moscou, no qual os dois ex-inimigos concordaram em diminuir seus arsenais a 1.550 ogivas. Da mesma forma, Obama se comprometeu a realizar duas novas cúpulas sobre segurança nuclear antes de terminar seu segundo mandado, em 2016. Pouco antes, a Rússia afirmou que não permitirá que exista um desequilíbrio na dissuasão nuclear, segundo declarou o presidente russo Vladimir Putin. — Não podemos permitir o rompimento do equilíbrio dos sistemas de dissuasão estratégica ou a redução da eficácia de nossas forças nucleares. Quanto à disputa em torno do escudo antimísseis, os dois países afirmaram recentemente em uma declaração conjunta:  "Apesar das diferenças em nossas avaliações, concordamos que continuaremos buscando conjuntamente soluções para os desafios no âmbito da defesa antimísseis". Moscou quer garantir que tal sistema defensivo não esteja dirigido nem seja usado contra a Rússia em nenhum momento
Guerra civil síria Os EUA e a Rússia também divergem sobre o papel da comunidade internacional no conflito entre o governo de Bashar al Assad e seus opositores, na Síria. Neste caso, um levante popular se transformou em uma guerra civil — estima-se que mais de 100 mil pessoas morreram em razão da violência deflagrada.  Os americanos estão buscando argumentos que convençam seus aliados e organizações multilaterais a apoiarem uma maior intervenção no conflito favorável aos rebeldes.  Os russos, por sua vez, defendem Assad, tanto que, no Conselho de Segurança da ONU, bloqueiam sistematicamente qualquer ação multilateral mais agressiva contra o governo sírio. É importante lembrar que os EUA já estão envolvidos diretamente em pelo menos dois grandes conflitos armados no mundo: as guerras do Afeganistão e do Iraque. Além disso, o setor público do país está aplicando vários cortes orçamentários e, atualmente, o governo não está disposto a pagar sozinho o preço de grandes investimentos bélicos. Por outro lado, o Exército de Assad é um grande consumidor dos produtos militares russos. A indústria armamentista da Rússia possui contratos milionários ainda em vigor com as autoridades sírias.  Recentemente, os chefes da diplomacia dos Estados Unidos e da Rússia, John Kerry e Serguei Lavrov, respectivamente, confirmaram que se reunirão para preparar a conferência de paz sobre a Síria. O anúncio foi feito depois de um encontro entre diplomatas russos e americanos com o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, para preparar a conferência internacional sobre esse país  
Adoção O presidente russo, Vladimir Putin, promulgou em dezembro de 2012 uma lei que proíbe a adoção de crianças russas por americanos. Tal ato foi visto como uma das medidas mais hostis aplicadas por Moscou contra os Estados Unidos desde a Guerra Fria. O texto foi votado pelo Parlamento russo em resposta à "lista Magnitski", uma lei adotada pelo Congresso americano e promulgada pelo presidente Barack Obama contra responsáveis por violações dos direitos humanos na Rússia. A nova lei russa também prevê a elaboração de uma "lista negra" de americanos indesejáveis na Rússia, como suspeitos de terem violado os direitos de cidadãos russos. A lista foi produzida, mas não será publicada, informou o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, citado pela agência Ria Novosti. Em janeiro, cerca de 20 mil russos já haviam protestado contra esta lei russa
Programa nuclear iraniano Historicamente, os EUA sempre se alinharam aos israelenses e foram grandes críticos do programa nuclear iraniano. Para eles, o Irã, sendo uma nação rica em petróleo, não possui motivos energéticos e pacíficos para o desenvolvimento da tecnologia atômica. Os americanos lutam para impedir qualquer avanço deste projeto, pois acreditam que o país islâmico esteja construindo armas de destruição em massa. Os russos colaboraram explicitamente, no passado, com o programa nuclear iraniano e, recentemente, são suspeitos de manter uma velada assistência técnica.  Antes de qualquer coisa, Putin defende que todas as nações têm o direito de desenvolver a tecnologia nuclear para fins pacíficos.   Mas o líder russo se mostra favorável a uma certa vigilância internacional. Entretanto, para ele até o momento não foi realmente provado que os iranianos estejam preparando uma bomba. Por isso, as negociações do Irã com o grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha), em torno da questão do enriquecimento de urânio, estão estagnadas há vários anos. Após a conclusão da eleição presidencial iraniana que elegeu Hassan Rouhani, Obama e Putin concordaram em realizar uma cúpula bilateral sobre o tema na Rússia nos dias 3 e 4 de setembro, de acordo com uma declaração conjunta
Tráfico de pessoas No dia 20 de junho deste ano, o ministério russo das Relações Exteriores manifestou "indignação" com a publicação  de um relatório oficial americano que acusa a Rússia de não fazer o suficiente na luta contra o tráfico de pessoas, o que pode representar sanções unilaterais decididas pelos Estados Unidos. "No que diz respeito à possibilidade de adotar sanções unilaterais contra a Rússia, o simples fato de levantar esta questão provoca indignação", afirmou um comunicado do ministério. O governo dos Estados Unidos acusou a China, Rússia e Uzbequistão de falta de esforços para combater o tráfico de pessoas em um relatório anual

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O anúncio da partida do fugitivo internacional e ex-analista da inteligência americana, Edward Snowden, de Hong Kong para Moscou foi a fagulha para o clima esquentar entre as duas maiores potências atômicas do mundo: EUA e Rússia.  A nação liderada por Vladimir Putin, cujas relações com os Estados Unidos voltaram a estremecer há pouco tempo, disse na ocasião que não iria extraditar o ex-espião responsável pelo vazamento de informações confidenciais.  O governo americano protestou contra a atitude dos russos e, agora, ameaça utilizar sanções para responder à divergência diplomática. De acordo com as autoridades de Moscou, o país não teria o direito de deter nem deportar Snowden "na medida em que [ele] não cruzou a fronteira russa", em uma referência à presença do jovem americano na zona de trânsito do aeroporto da capital.  Relembre as principais disputas recentes envolvendo Obama e Putin
O clima de tensão entre EUA e Rússia não é recente. Durante a Guerra Fria, os dois países frequentemente trocavam ameaças e quase entraram em um conflito armado direto, o que na ocasião poderia provocar um combate nuclear. Depois que foram identificadas as causas do atentado na Maratona de Boston, que matou três pessoas em abril deste ano, muitos especialistas cogitaram uma nova aproximação entre EUA e Rússia. Na ocasião, foi provada a ligação entre os autores do ato terrorista com movimentos separatistas radicais islâmicos do cáucaso russo. Por isso, ambos governos se mostraram dispostos a dar início a uma nova fase diplomática menos beligerante. Mas o caso Snowden jogou um balde de água gelada naqueles que acreditavam que Rússia e EUA poderiam concordar politicamente
Armas nucleares  O presidente Barack Obama pediu recentemente à Rússia que aceite reduzir em um terço suas armas nucleares, além de limitar as armas atômicas estratégicas. Em um discurso em Berlim, ele afirmou: — São passos que podemos dar para criar um mundo de paz e justiça. Durante seu primeiro mandato, Obama conseguiu assinar um novo Tratado START (Tratado de Redução de Armas Estratégicas) com Moscou, no qual os dois ex-inimigos concordaram em diminuir seus arsenais a 1.550 ogivas. Da mesma forma, Obama se comprometeu a realizar duas novas cúpulas sobre segurança nuclear antes de terminar seu segundo mandado, em 2016. Pouco antes, a Rússia afirmou que não permitirá que exista um desequilíbrio na dissuasão nuclear, segundo declarou o presidente russo Vladimir Putin. — Não podemos permitir o rompimento do equilíbrio dos sistemas de dissuasão estratégica ou a redução da eficácia de nossas forças nucleares. Quanto à disputa em torno do escudo antimísseis, os dois países afirmaram recentemente em uma declaração conjunta:  "Apesar das diferenças em nossas avaliações, concordamos que continuaremos buscando conjuntamente soluções para os desafios no âmbito da defesa antimísseis". Moscou quer garantir que tal sistema defensivo não esteja dirigido nem seja usado contra a Rússia em nenhum momento
Guerra civil síria Os EUA e a Rússia também divergem sobre o papel da comunidade internacional no conflito entre o governo de Bashar al Assad e seus opositores, na Síria. Neste caso, um levante popular se transformou em uma guerra civil — estima-se que mais de 100 mil pessoas morreram em razão da violência deflagrada.  Os americanos estão buscando argumentos que convençam seus aliados e organizações multilaterais a apoiarem uma maior intervenção no conflito favorável aos rebeldes.  Os russos, por sua vez, defendem Assad, tanto que, no Conselho de Segurança da ONU, bloqueiam sistematicamente qualquer ação multilateral mais agressiva contra o governo sírio. É importante lembrar que os EUA já estão envolvidos diretamente em pelo menos dois grandes conflitos armados no mundo: as guerras do Afeganistão e do Iraque. Além disso, o setor público do país está aplicando vários cortes orçamentários e, atualmente, o governo não está disposto a pagar sozinho o preço de grandes investimentos bélicos. Por outro lado, o Exército de Assad é um grande consumidor dos produtos militares russos. A indústria armamentista da Rússia possui contratos milionários ainda em vigor com as autoridades sírias.  Recentemente, os chefes da diplomacia dos Estados Unidos e da Rússia, John Kerry e Serguei Lavrov, respectivamente, confirmaram que se reunirão para preparar a conferência de paz sobre a Síria. O anúncio foi feito depois de um encontro entre diplomatas russos e americanos com o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, para preparar a conferência internacional sobre esse país  
Adoção O presidente russo, Vladimir Putin, promulgou em dezembro de 2012 uma lei que proíbe a adoção de crianças russas por americanos. Tal ato foi visto como uma das medidas mais hostis aplicadas por Moscou contra os Estados Unidos desde a Guerra Fria. O texto foi votado pelo Parlamento russo em resposta à "lista Magnitski", uma lei adotada pelo Congresso americano e promulgada pelo presidente Barack Obama contra responsáveis por violações dos direitos humanos na Rússia. A nova lei russa também prevê a elaboração de uma "lista negra" de americanos indesejáveis na Rússia, como suspeitos de terem violado os direitos de cidadãos russos. A lista foi produzida, mas não será publicada, informou o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, citado pela agência Ria Novosti. Em janeiro, cerca de 20 mil russos já haviam protestado contra esta lei russa
Programa nuclear iraniano Historicamente, os EUA sempre se alinharam aos israelenses e foram grandes críticos do programa nuclear iraniano. Para eles, o Irã, sendo uma nação rica em petróleo, não possui motivos energéticos e pacíficos para o desenvolvimento da tecnologia atômica. Os americanos lutam para impedir qualquer avanço deste projeto, pois acreditam que o país islâmico esteja construindo armas de destruição em massa. Os russos colaboraram explicitamente, no passado, com o programa nuclear iraniano e, recentemente, são suspeitos de manter uma velada assistência técnica.  Antes de qualquer coisa, Putin defende que todas as nações têm o direito de desenvolver a tecnologia nuclear para fins pacíficos.   Mas o líder russo se mostra favorável a uma certa vigilância internacional. Entretanto, para ele até o momento não foi realmente provado que os iranianos estejam preparando uma bomba. Por isso, as negociações do Irã com o grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha), em torno da questão do enriquecimento de urânio, estão estagnadas há vários anos. Após a conclusão da eleição presidencial iraniana que elegeu Hassan Rouhani, Obama e Putin concordaram em realizar uma cúpula bilateral sobre o tema na Rússia nos dias 3 e 4 de setembro, de acordo com uma declaração conjunta
Tráfico de pessoas No dia 20 de junho deste ano, o ministério russo das Relações Exteriores manifestou "indignação" com a publicação  de um relatório oficial americano que acusa a Rússia de não fazer o suficiente na luta contra o tráfico de pessoas, o que pode representar sanções unilaterais decididas pelos Estados Unidos. "No que diz respeito à possibilidade de adotar sanções unilaterais contra a Rússia, o simples fato de levantar esta questão provoca indignação", afirmou um comunicado do ministério. O governo dos Estados Unidos acusou a China, Rússia e Uzbequistão de falta de esforços para combater o tráfico de pessoas em um relatório anual

O anúncio da partida do fugitivo internacional e ex-analista da inteligência americana, Edward Snowden, de Hong Kong para Moscou foi a fagulha para o clima esquentar entre as duas maiores potências atômicas do mundo: EUA e Rússia.  A nação liderada por Vladimir Putin, cujas relações com os Estados Unidos voltaram a estremecer há pouco tempo, disse na ocasião que não iria extraditar o ex-espião responsável pelo vazamento de informações confidenciais.  O governo americano protestou contra a atitude dos russos e, agora, ameaça utilizar sanções para responder à divergência diplomática. De acordo com as autoridades de Moscou, o país não teria o direito de deter nem deportar Snowden "na medida em que [ele] não cruzou a fronteira russa", em uma referência à presença do jovem americano na zona de trânsito do aeroporto da capital.  Relembre as principais disputas recentes envolvendo Obama e Putin

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