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G20 termina com condenação da maioria dos países à Rússia e apelos para fim da guerra na Ucrânia

Reunião dos líderes das grandes economias do planeta foi abalada por bombardeios russos em regiões ucranianas e pela queda de um míssil na Polônia 

Internacional|Do R7

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, fala durante a cúpula do G20, em Bali
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, fala durante a cúpula do G20, em Bali O presidente da Indonésia, Joko Widodo, fala durante a cúpula do G20, em Bali

A cúpula do G20 terminou nesta quarta-feira (16) na ilha indonésia de Bali com uma condenação majoritária à Rússia e apelos renovados para pôr fim à guerra na Ucrânia e às suas consequências para a população mundial.

A reunião dos líderes das grandes economias do planeta foi abalada pelos bombardeios maciços russos na última terça-feira (15) contra a Ucrânia e pela queda de um míssil na Polônia que levantou temores de uma escalada do conflito.

Esses acontecimentos não impediram a adoção de um comunicado conjunto no final da cúpula, que inclui a condenação da maioria dos países à guerra na Ucrânia e destaca o seu grave impacto na economia mundial.

“É a primeira declaração conjunta que é feita desde fevereiro de 2022”, comemorou o presidente do país anfitrião, o indonésio Joko Widodo, que reconheceu “discussões muito duras” para chegar a um acordo unânime.

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A declaração reconhece "outros pontos de vista", mas afirma que "a maioria dos membros condenou veementemente a guerra na Ucrânia e enfatizou que ela está causando imenso sofrimento humano".

O texto também afirma que o conflito "afetou ainda mais negativamente a economia mundial" e declara "inadmissível" o uso de armas nucleares ou a ameaça de recurso a elas, como fez o presidente russo, Vladimir Putin, na Ucrânia.

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Dadas as tensões geopolíticas existentes e a falta de acordo em todas as reuniões preparatórias, poucos esperavam a aprovação de uma declaração conjunta que exigisse unanimidade. Muito menos uma condenação ainda que não seja unânime ou o surgimento do conceito “guerra na Ucrânia”, vetado pela Rússia.

“Falta de vontade de Putin”

A sucessão de debates plenários e reuniões multilaterais foi abalada pelos atentados na Ucrânia e pela queda de um suposto míssil "de fabricação russa" na Polônia, membro da União Europeia e da Otan.

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Em seu segundo discurso por videoconferência na cúpula, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, acusou a Rússia, dizendo que era uma "mensagem" de Moscou ao G20, embora seus aliados ocidentais, começando pela Polônia, fossem mais cautelosos.

Os Estados Unidos convocaram uma reunião de emergência com países do G7 e da Aliança Atlântica, na qual pediram para investigar o que aconteceu na Polônia e condenaram o "bárbaro" bombardeio russo de cidades e infraestruturas ucranianas.

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"Os eventos desta noite são uma evidência clara, mais uma prova da relutância de Putin em pôr fim a esta guerra", disse o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.

A reunião atrasou a agenda do dia que previa que o presidente indonésio levasse os seus convidados a plantar uma árvore em um manguezal. No dia anterior, ele os convidou para um jantar de gala balinês com um código de vestimenta que envolvia camisas coloridas.

Insegurança alimentar

A cúpula na paradisíaca ilha indonésia foi precedida por um longo encontro entre Biden e o presidente chinês, Xi Jinping, no qual ambos tentaram pôr limites à crescente rivalidade e encontraram um terreno comum na Ucrânia.

Embora a China tenha evitado condenar a guerra e criticar diretamente Moscou, Xi pediu a ambos os lados que negociem, denunciou a ameaça de usar armas nucleares e criticou a instrumentalização bélica de alimentos e energia.

"A China pode desempenhar um papel maior de mediação conosco nos próximos meses", afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron, que disse que a cúpula enviou "uma mensagem muito clara" à Rússia.

Em meio a reveses militares na Ucrânia e crescente isolamento internacional, Putin não foi a Bali e enviou seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, que acusou Kiev de estabelecer condições "irrealistas" para as negociações.

A segurança alimentar e energética figurou como uma das principais preocupações do encontro, do qual participaram alguns dos países mais atingidos pela alta de preços, como a Turquia ou a Argentina, que na terça-feira registaram uma nova inflação de 76,6% desde janeiro.

Os países-membros solicitaram no comunicado final a prorrogação do acordo entre Kiev e Moscou para a exportação de cereais ucranianos através do mar Negro, que termina no sábado.

Um dos arquitetos desse acordo como mediador, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse estar "convencido" de que o pacto continuará em vigor.

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