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G7 decide não impor sanções a Rússia por apoiar Síria

Chanceleres dos EUA, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido estão na Itália

Internacional|Da Ansa

Chanceleres dos países membros do G7 estão reunidos em Lucca, na Itália
Chanceleres dos países membros do G7 estão reunidos em Lucca, na Itália Chanceleres dos países membros do G7 estão reunidos em Lucca, na Itália

Os ministros das Relações Exteriores do G7 não chegaram a um acordo sobre a aplicação de novas sanções contra a Rússia e a Síria. Reunidos na cidade italiana de Lucca, os chanceleres se limitaram a declarar nesta terça-feira (11) que a saída do ditador Bashar al Assad do poder é fundamental para uma resolução política da guerra síria, mas não adotaram punições pelo uso de armas químicas em ataques contra civis.

O chanceler italiano, Angelino Alfano, que presidiu a reunião, disse que todos os países do grupo veem a necessidade de Assad deixar o poder, "pois não é possível encontrar uma solução para a Síria com Assad no cargo". 

— Após a intervenção americana, abriu-se uma janela de oportunidade para construir uma nova condição positiva para o processo político na Síria, que acreditamos ser a única solução", disse Alfano, ao fim da reunião extraordinária sobre a Síria, realizada em paralelo à cúpula de chanceleres do G7 em Lucca, alargada a outros países do Golfo e à Turquia. "O futuro de Assad faz parte de uma discussão muito mais ampla e geral, e não se decide em um dia. A posição italiana sempre foi a de que os sírios devem decidir o próprio destino.

Em uma declaração conjunta, o G7 pediu que os aliados do regime sírio, principalmente Rússia e Irã, "usem sua influência" para permitirem investigações das Nações Unidas e da Opac (Organização para a Proibição de Armas Químicas) na Síria, e para convencer o regime de Assad a cumprir as convenções internacionais que proibem ataques químicos.

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O governo britânico da premier Theresa May articulou a introdução de novas sanções contra a Rússia, mas não conquistou o apoio dos outros países do G7.

— A Rússia não será isolada, dentro dos limites possíveis, será envolvida no processo de transição política na Síria. As negociações com a Rússia serão complexas, mas a primeira etapa já foi muito importante", prometeu Alfano, referindo-se ao fato de Moscou ter sido excluído do G7 (então G8) em 2014, como sanção pela anexação da Crimeia. Por sua vez, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, foi mais enfático e afirmou que "está claro que o reino de Assad está chegando ao fim.

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"A Rússia precisa escolher de que lado ficará: dos EUA e da Europa, ou de Assad, Irã e Hezbollah", cutucou Tillerson, que ainda hoje deve chegar a Moscou para uma agenda oficial.

A declaração de Rex Tillerson também vem cinco dias após o governo de Donald Trump bombardear alvos do regime sírio, em uma mudança de estratégia em relação à posição adotada pelo seu antecessor, Barack Obama, que atacava apenas focos terroristas, como postos do grupo EI (Estado Islâmico).

Os disparos contra a Síria foram justificados por Trump como um meio de "interromper" as atrocidades cometidas por Assad, como o ataque com armas químicas na província de Idlib há uma semana.

A União Europeia também condenou o uso de armas químicas na guerra síria e pediu a saída de Assad do poder. No entanto, não compartilha totamente das estratégias de Trump e tenta acalmar os ânimos com a Rússia, que poderia virar uma ameaça para o leste do continente.

Logo após a declaração final do G7 em Lucca, o governo de Vladimir Putin informou que pedirá à ONU uma investigação pelo uso de armas químicas na Síria, mas acusou a oposição de realizar os ataques apenas para culpar Assad. A declaração foi feita durante uma reunião hoje com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, que está em visita oficial a Moscou.

— Temos informações de diversas fontes de que haverá outras provocações [com armas químicas] - não posso chamar isso de outra coisa - em diferentes regiões da Síria, como no sul de Damasco, onde usarão susbstâncias para acusar as autoridades sírias.

Pauta do G7

A reunião de chanceleres do G7 em Lucca também discutiu outros temas mundiais, como o potencial militar da Coreia do Norte, a crise entre israelenses e palestinos e os conflitos na Líbia. Sobre os testes de mísseis realizados pelo regime norte-coreano, os ministros do G7 disseram que "o programa nuclear e balístico de Pyongyang gera uma grave e crescente ameaça à paz regional e internacional, além de uma violação do sistema de não-proliferação". "Pede-se para as lideranças norte-coreanas implementarem plenamente todas as resoluções do Conselho de Segurança da ONU".

Sobre a crise na Líbia, que desde a queda do regime e morte de Muammar Kadafi enfrenta um vácuo político e instabilidades, os chanceleres confirmaram o apoio ao governo nacional guiado pelo primeiro-ministro Fayez al Sarraj e condenaram todas as tentativas de minar o processo de estabilização. "O G7 de chanceleres em Lucca foi um sucesso. Discutimos mais de 20 temas, encontrando soluções comuns, e acreditando que contribuimos para preparar a declaração robusta do G7 em Taormina", disse Alfano.

A cúpula de chefes de Estado e de Governo do G7 está marcada para os dias 26 e 27 de maio, em Taormina, na Sicília. O grupo é formado por Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido.

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