O governo de Portugal, liderado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, descartou neste sábado (27) o processo de reparação às ex-colônias. Segundo o jornal Diário de Notícias, o executivo português se posicionou contra a proposta defendida pelo presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, mas garantiu que vai manter à atuação realizada pelos governos anteriores.
“A propósito da questão da reparação a esses Estados e aos seus povos pelo passado colonial do Estado português, importa sublinhar que o governo atual se pauta pela mesma linha dos governos anteriores. Não esteve e não está em causa nenhum processo ou programa de ações específicas com esse propósito”, refere o executivo, em comunicado da Presidência do Conselho de Ministros.
O Sousa havia defendido que Portugal deveria liderar o processo de assumir e reparar as consequências do período do colonialismo e sugeriu como exemplo o perdão de dívidas, cooperação e financiamento.
Ele disse que Portugal tem responsabilidade pelos crimes cometidos na chamada era colonial, entre eles o tráfico de pessoas da África, que eram brutalmente levadas para fazerem trabalhos forçados em vários países.
Em conversa com correspondentes estrangeiros, na última terça-feira (23), ele falou em reparação, mas não de que forma seria feita. “Pedir desculpas é a parte mais fácil. Temos que pagar os custos (pela escravidão). Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”, declarou o presidente de Portugal.