O governo russo afirmou nesta quarta-feira (23) que os líderes das regiões separatistas do leste da Ucrânia pediram ao presidente Vladimir Putin "ajuda para combater a agressão" do Exército ucraniano.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que as repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk "pedem ajuda ao presidente russo para combater a agressão das Forças Armadas ucranianas".
Andrey Turchak, membro de alto escalão do partido governista russo, revelou nesta quarta-feira que as tropas russas só entrariam nas duas regiões separatistas da Ucrânia, reconhecidas por Moscou como Estados independentes, se os grupos dessas regiões solicitassem.
Denis Pushilin, que dirige a autoproclamada República Popular de Donetsk, disse que era a favor do diálogo com a Ucrânia em primeira instância. Em entrevista coletiva, ressaltou que a situação do prolongado conflito havia se tornado crítica e que os separatistas haviam acelerado uma mobilização de forças, na qual homens saudáveis entre 18 e 55 anos foram chamados para lutar.
O Parlamento da Ucrânia, por sua vez, aprovou também nesta quarta-feira a implementação do estado de emergência decretado pelo presidente do país, Volodimir Zelenski, diante do agravamento da situação no leste do país e da ameaça militar russa.
O estado de emergência inclui a proibição de reuniões de grande porte e greves, a recolocação de militares e reservistas, a operação de equipamentos de rádio amadores e a preparação de materiais informativos que possam desestabilizar a situação no país.