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Itália: partidos selam trégua após ultimato de primeiro-ministro

Giuseppe Conte ameaçou deixar cargo caso Movimento Cinco Estrelas e ultradireitista Liga não fossem leais ao governo durante crise política 

Internacional|Da EFE

Primeiro-ministro amaçou deixar cargo na Itália
Primeiro-ministro amaçou deixar cargo na Itália Primeiro-ministro amaçou deixar cargo na Itália

Os dois partidos no governo da Itália, o Movimento Cinco Estrelas (M5S) e o Liga Norte, encenaram nesta terça-feira (4) uma trégua após a ameaça de renúncia do primeiro-ministro, Giuseppe Conte, por conta da contínua crise política.

Os líderes do primeiro partido, Luigi Di Maio, e do segundo, Matteo Salvini, ambos vice-primeiros-ministros do governo, tiveram hoje uma longa conversa por telefone que fontes das duas equipes qualificaram como "cordial".

Os dois políticos se envolveram nos últimos meses em várias tensões e quedas de braço por diversos temas.

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É o caso das eleições ao Parlamento Europeu de maio deste ano, quando a Liga de Salvini se transformou no partido mais votado da Itália com 34% dos votos, posto ocupado há um ano pelo Movimento Cinco Estrelas, que caiu para a terceira posição.

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Após a conversa telefônica de Di Maio e Salvini, o primeiro-ministro Conte, figura pactuada por ambos os partidos para liderar o governo, celebrou a aproximação. "A volta ao diálogo é uma boa premissa para tomar a direção certa", disse.

A conversa ocorreu um dia depois de Conte oferecer uma entrevista coletiva para lançar um ultimato: se não fosse possível ter paz entre os dois partidos que governam a Itália há um ano, então renunciaria.

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"As forças políticas que governam a Itália devem ser conscientes de suas responsabilidades. Se não houver uma clara demonstração de responsabilidade e os compromissos não forem coerentes, porei meu cargo nas mãos do presidente da República", declarou Conte.

Uma prova desta aproximação é o acordo alcançado hoje no Senado pela Liga e o M5S sobre a aprovação de um decreto para financiar infraestruturas, motivo de disputas entre as duas legendas, sobretudo pela reforma do Código dos Contratos Públicos.

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Os dois vice-primeiros-ministros manifestaram em várias ocasiões a intenção de seguir governando juntos e Salvini voltou a fazer isso hoje, mas sempre e quando suas propostas forem aprovadas, como a implantação do imposto fixo e a conclusão da linha de alta velocidade ferroviária entre Turim e Lyon, rejeitada pelo M5S.

Temas que renderam enfrentamentos em várias ocasiões, gerando uma crise que alcançou um ponto crítico após a destituição do subsecretário para as Infraestruturas, Armando Siri, investigado por corrupção e colaborador próximo de Salvini.

Nesta terça-feira, o subsecretário da presidência do governo, Vincenzo Spadafora, assegurou que está "otimista" e rejeitou uma eventual crise de governo: "É um momento difícil, mas superável".

Mais ameno foi o ministro de Economia e Finanças, Giovanni Tria, frequentemente pisando em ovos: "Espero que sim, já veremos", afirmou.

Na oposição, esta situação foi tachada de "montagem", porque, segundo dizem, a perda de votos nas eleições europeias e seu enfraquecimento, fará o M5S tentar o impossível para impedir a realização de novas eleições.

"Os italianos merecem algo mais destes senhores, que pensam só em si mesmos e não nos problemas das pessoas", lamentou o secretário do Partido Democrata (de centro-esquerda), Nicola Zingaretti.

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